Se gato não é pra caçar rato e cachorro pra espantar ladrão, eu não sei não. Acabei de jogar pro universo porque quero um gato pra evitar ratos. Parece uma intenção de fazer um gato de escravo. Ele pode chegar e nem querer caçar, mas ele pode chegar. Diariamente gatos visitam o meu quintal. Gato todo preto, gato todo branco, gato tigrado e caolho. Mas a vizinha teima em dizer que os ratos moram no meu quintal. Já cuidei, eles continuam vindo. Agora mesmo tem um dentro do meu quarto. Ontem morreu um maior que esse bem debaixo do meu nariz, envenenado. Eu sei de onde vêm, eu ando na rua e é dela. Já imagino ratos embaratados e quero ir embora pra outro lugar. Como vou sair em defesa da minha tese de onde vêm os ratos se me ensinaram a ficar calada? La voisine já me pediu dinheiro emprestado, já me pediu pra receber suas correspondências, eu lhe peço a frente da sua garagem sem carro e deixo meu cachorro latir o quanto ele quiser. Estou diariamente dessensibilizando e aceitando. Não sou comida de rato. Quem sabe ele veio morrer em paz aqui como o outro que me mostrou olhinhos piedosos em seus últimos segundos de silêncio absoluto até parar de piscar para sempre. Eu achava tão bonita a página do livro da Branca de Neve rodeada de bichos na floresta ensinando um caminho pra ela se salvar ... É assim que se aprende a mentira, pelos livros de história. Mentir parece fácil como contar uma história, mas a defesa é de uma verdade sem muita história. É preciso encontrar provas. É cansativo sair em defesa sobre a origem dos ratos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Segundos Saberes (para o seu comentário)