Quem já cantou se olhando no espelho? Abriu bem a boca, fez as sílabas melódicas com bastante afinco, de cabelo solto e despida nesse reflexo? Quem já teve que olhar pro espelho quando o avião arremessa e de vez em quando durante a viagem para suportar a travessia?
Pela ampliação do espelho, o conforto e, por isso, eu vejo, cada vez mais as pessoas ganhando dinheiro por ficaram falando pra uma câmera, conversando sozinho, sobre o que sai somente da sua boca, se foi pago pra falar com ninguém. Há uma psicose ordinária, dizem os psicanalistas de hoje, uma estruturação com a imagem do corpo que pode falhar na operação de simbolização, de entrar na palavra e metaforizar e desarranja o empenho da comunicação.
Usar o espelho para ampliar é mais do que se colocar em frente ao espelho. A amplitude mostra que há mais espaço pra viver e tem pessoas nesses espaços, de maneira espaçadas, mas presentes - , é perceber o outro.
Fazer contato com o outro. Isso tem surgido ao analisar as capacidades de fazer contato das pessoas. Ouvi dizer que Freud disse que é a pior das angústias a relação entre seres humanos.
Se as crianças estão expostas passivamente às telas ou fazendo-as de espelho que mira enquanto canta no espelho, só e despida, há um tempo lógico que não passa, mas o dinheiro de hoje pode pagar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Segundos Saberes (para o seu comentário)