segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Rascunhos de Novembro

RASCUNHO I

É novembro e ainda há tempo


De esquecer as minhas rugas

Dizer não ao meu desalento


Essa coisa que mexe comigo

Não me abriga

Mas me obriga e eu penso

Que diabos eu faço com o tempo?!

Às vezes sem inspiração sou levada pelas

minhas mãos independentes no espaço

Onde eu me esqueço, onde eu me perco,

E quando passa tudo, eu me acho


Muitas vezes sem palavrões


Não penso, não penso, não penso!

Escrevo, me guardo

Nada falo

Canto, choro

Respiro

Durmo, sonho

Desperto e interpreto


RASCUNHO II

Deve existir o calor da morte

A febre de ir embora

Se há ardor na paixão

Talvez exista certa frieza no amor

A dor que me diga

Qual remédio devo tomar

Nesse calor da febre que me arde

E me faz esfriar para viver

Até encontrar a febre de morrer


Porque há sim

Olhos lacrimejantes

De lágrimas que não escolhem por onde

Narinas, olhos, ventre, todos os vãos

Cabeça quente

Esvaziada

Respiração ofegante

Cansada

Da frieza de viver

Para encontrar

A febre de morrer