quinta-feira, 28 de junho de 2018

Estou aqui pra lhe dizer que pare de buscar a cura. Um dia pare.

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É a hora das jandaias
É a hora de olhar pro estado febril
A hora de descobrir os véus
Talvez a hora de algum riso de mim
É a hora de fechar os olhos
Hora de sentir o corpo em movimento trêmulo
É a hora de assistir ao relaxamento
Hora de chegar a algum entendimento
Ou hora de desentender de vez
Hora de pensar em nada não existe
Talvez a hora de contar sobre algum sonho
Hora de capturar falhas falas
Hora do esquecimento
É a hora do choro
E hora de enxugar as lágrimas de criança
É a hora que pode falar da morte
Hora sem censura
Hora com vestes
A hora do aperto no peito
Hora do sem sentido
É a hora de buscar sentidos
Talvez a hora de alguma música
Hora de cantar essa música
Pra ver a hora que isso dá
Hora de...
Aham...
Siiim...
Hum.
Tá bom.

sábado, 23 de junho de 2018

Pistas

Quero ir como vai o ar de um sopro
Pra refrescar a quentura da vida
Quero ir sem saber que estou indo
Pra impedir as lágrimas metafóricas
Minhas, tuas, deles
Quero ser luz nesse dia da minha ida
Ser paz e par de quem acompanhar o meu corpo já enrijecido
Sem órgãos
Ser sentido
Quero pouco tempo pra esperar um pouquinho
Ir dentro do meu ninho
O meu cada olho opaco
Ser todas as palavras que deixei
Quero indicar algum caminho

sexta-feira, 22 de junho de 2018

O corpo aguenta
Chora e soluça
Grita pra dentro
E faz o nó na garganta
A febre é quando o corpo aguenta em chamas
Quente e calado
Metáfora pra suportar
A vida inventada
Machucada
O corpo aguenta as memórias
Aguentam as porradas

sábado, 16 de junho de 2018

Pessoa comum e abelhas míopes

Só há um
Só um coração
Mesmo com tantas flechas
Há um só
Ocupado
Sendo um só
Bate por aquilo só
Num pensamento só
Ele pergunta
Quantos quilos pesa um sonho que você sonha?
Só eu respondo
Que pesa o peso que eu sonhar que pesa
Assim, sozinha nessa vida que não tem que
(Não tem que nada nessa vida)
Ter consciência senão inventá-la