quarta-feira, 25 de abril de 2012

Minha cabeça anda erguida
E assim eu vejo o céu da janela
De frente para uma rota de aviões
Em sentido destro
Porque a rosa-dos-ventos não cabe em mim
O norte de alguém tem sentido?
O sul já foi escrito?
Quem nasceu no leste?
Ou se opôs no oeste?
Enfrento o tédio procurando desejos
Encaro o medo do que já conheço
Penso até em fazer justiça
Muito longe de chegar as minhas mãos
Não quero este, nem aquele
Muito menos ele
Me agarro a ela
Então na cabeça rolam pedras para uma poesia
A doença toma meu corpo e tenho pouca paciência
Deitada, percebo a bipolaridade
Do meus estômago, do intestino
Da minha saliva
Quero murchar as folhas de uma rezadeira
Afastar esse mal-estar
Quero jesus cristo crucificado por minha dor
Deus dizendo que vai passar
Quero maria me enchendo de graça
E, no bar satanás, minhas mágoas afogar
Porque em mim a rosa-dos-ventos não cabe
E meus pensamentos de nada valem

terça-feira, 17 de abril de 2012

Ele ri
Eu grito, castigo
Lamento, agito
Umas cócegas
Umas músicas
Letras tortas
Eu louca

Ele me ouve
Na decisão
De um beijo
Despedida
Eu até cambalhoto

Ele nem aí
Então eu choro

Ele mira meus olhos
Segura meu queixo
Cheira me cangote,
meus cabelos
e me aconselha a prosseguir