segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Pra frente é que se anda
Mas a saudade nunca anda pra frente
A saudade parece que fica lá
Sempre lá
Atrás
Impedida de andar pra frente
Ela caminha junto com a gente
Mas está sempre
Lá atrás

domingo, 22 de setembro de 2019

O pingo de sangue na pele
O pingo de sangue no chão
De onde vêm pingos de sangue?
Goteja sangue entre as minhas pernas
A doença do sangue proibido de gotejar
Se alastra
Por dentro
Em silêncio
Por dentro

quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Quando passa eu nunca sinto
Aí eu paro um certo dia e percebo
Passou
O que passou sempre tende a voltar
E volta
Sugerindo voltar a ser o que foi antes
Em seus mínimos detalhes
É bom lembrar dos maus detalhes
E tapar os ouvidos pra sugestões
O que passou
Passou
Quero o novo de novo
O único que parece ser o último

terça-feira, 10 de setembro de 2019

Aqui você acha que está acompanhado
Mas você está sozinha
Você acha que está protegido quando está dentro de casa
Mas você está sozinha
Aqui você pensa que seus amigos sustentam o seu teatro
Mas você está sozinha
Você lê as últimas notícias
Parece estar mais conectado com a natureza com tanto conhecimento sobre ela
Mas você está sozinha
Você acende seu cigarro e discute muitos temas
Você conhece muitas pessoas diferentes
Mas você está sozinha
Você pensa que tudo pode chegar até a sua porta em até 60 minutos
Você paga pelo tempo e pelas coisas
Mas você está sozinha
Aqui você se ilude com imagens e números
Você passa algumas horas trabalhando aqui quando poderia passar apenas uma
Você pode acessar outros lugares diferentes daqui
Mas você está sozinha



Amanhã nem posso passar essa noite sem dormir. Tem a banca, o vizinho, o cão. Sem a paz e tranquilidade do sono um pouco eu não consigo. A paz eu incapacito. A tranquilidade é o seu antônimo. Calor e frio. Calor e frio. Eu consigo um corpo febril no início da noite. Consigo alimentado. O sono alimenta.

domingo, 8 de setembro de 2019

A navegar com marinheiros para estar perto de um só marinheiro. O mar estava calmo mas lá adiante é avistada uma tempestade pela marinheira. Meu deus! Ela exclama. Veem-se navios enormes quase virados pelas ondas gigantes.
O navio está perto de um porto familiar e decide atracar. Um marinheiro fala à marinheira que pode ficar ali naquele porto pois ele irá atravessar a tempestade e retornará para buscá-la e seguir a viagem com segurança. A marinheira sabe que tempestades são inevitáveis. Sabe que sobre o mar, há medidas de segurança mas é inexistente a segurança propriamente dita. O marinheiro vê o semblante assustado dela diante das ondas gigantes e lhe conforta, abrindo mão da tripulante. Então, já no porto, ela busca cuidar da saúde. Junto à família, olha pro relógio e entende que está atrasada para uma consulta médica psiquiátrica, pois o atendimento é por ordem de chegada e o tempo aportada será curto. O carro antigo já não lhe pertence mais e ela pede a um ente para dirigir até o especialista.