Aqui estou eu
Nesse universo avesso
Em palavras tuas
Em lugares meus
Em pensamentos de quem quer que seja
E cultua a lua
Para parir o dia
Para depois dizer
Boa noite
Porque um sorriso desavessa
teu sorriso
Sua arruda no cabelo
Destrambelha o que não tem jeito
Naquele cachorro de rua que era meu
No "fuck you baby" de poeira e indicador no vidro do meu carro
Eu de avesso
Apaguei
E por seu som
Me guiei
Para além
Desse avesso
Nesse mundo
Que a gente
Tem
segunda-feira, 30 de julho de 2018
sábado, 28 de julho de 2018
Sob o eclipse lunar e rompimentos e desenhos na areia e pedaços de carne podre espalhadas
Quando eu fui ferido
Vi tudo mudar
Das verdades
Que eu sabia
Vi tudo mudar
Das verdades
Que eu sabia
Só sobraram restos
Que eu não esqueci
Toda aquela paz
Que eu tinha
Que eu não esqueci
Toda aquela paz
Que eu tinha
Eu que tinha tudo
Hoje estou mudo
Estou mudado
Hoje estou mudo
Estou mudado
Pensando
Daria tudo por um modo
De esquecer
Eu queria tanto
Estar no escuro do meu quarto
À meia-noite, à meia luz
Sonhando
Daria tudo, por meu mundo
E nada mais
Estar no escuro do meu quarto
À meia-noite, à meia luz
Sonhando
Daria tudo, por meu mundo
E nada mais
Não estou bem certo
Se ainda vou sorrir
Sem um travo de amargura
Se ainda vou sorrir
Sem um travo de amargura
Como ser mais livre
Como ser capaz
De enxergar um novo dia
Como ser capaz
De enxergar um novo dia
Eu que tinha tudo
Hoje estou mudo
Estou mudado
À meia-noite, à meia luz
Pensando
Daria tudo por um modo
De esquecer
Hoje estou mudo
Estou mudado
À meia-noite, à meia luz
Pensando
Daria tudo por um modo
De esquecer
Eu queria tanto
Estar no escuro do meu quarto
À meia-noite, à meia luz
Sonhando
Daria tudo por meu mundo
E nada mais
Estar no escuro do meu quarto
À meia-noite, à meia luz
Sonhando
Daria tudo por meu mundo
E nada mais
(Meu mundo e nada mais, de Guilherme Arantes)
quinta-feira, 26 de julho de 2018
O fim nunca é o fim
O fim de um invólucro é a metamorfose
O fim daquilo que ainda nem se sabem asas, depois da descompressão
É um voo
Mesmo sem saber
Voar
Quando uma trinca é um abismo
A água tende a escorrer pelo vale
Veem-se aves voando
Homens construindo pontes
Uma corda é colocada para o equilibrista
O fim nunca é o fim
A pausa é para a música existir
A paragem serve ao próximo movimento
O corpo nasciturno nu, para ser envolvido por um tecido
O abdômen contraído para aquela dor chegar ao fim
A lágrima caída enxarcando a face para aquela dor chegar ao fim
O abdômen contraído por aquela risada depois da dor que se foi
A lágrima caída enxarcando a face depois daquela dor que se foi
O fim nunca é o fim
A caça morta na barriga do predador
A criança que chora aprende a dizer da dor
O amor quando vai embora faz caminho pra um novo
Amor
O fim de um invólucro é a metamorfose
O fim daquilo que ainda nem se sabem asas, depois da descompressão
É um voo
Mesmo sem saber
Voar
Quando uma trinca é um abismo
A água tende a escorrer pelo vale
Veem-se aves voando
Homens construindo pontes
Uma corda é colocada para o equilibrista
O fim nunca é o fim
A pausa é para a música existir
A paragem serve ao próximo movimento
O corpo nasciturno nu, para ser envolvido por um tecido
O abdômen contraído para aquela dor chegar ao fim
A lágrima caída enxarcando a face para aquela dor chegar ao fim
O abdômen contraído por aquela risada depois da dor que se foi
A lágrima caída enxarcando a face depois daquela dor que se foi
O fim nunca é o fim
A caça morta na barriga do predador
A criança que chora aprende a dizer da dor
O amor quando vai embora faz caminho pra um novo
Amor
terça-feira, 24 de julho de 2018
Parada olhando para os buracos e coisas dentro dos buracos. Dá agonia. Ele diz que está agoniado e sente vontade de vomitar. Medo de mim, medo de mim. Medo de mim.
Uma píton
Um caminhão
Uns cavalos
Uma avalanche
De pedra
De terra
De neve
Um toró
Um incêndio
Um furacão
Um tsunami
Um desabamento
Sobre mim.
Uma píton
Um caminhão
Uns cavalos
Uma avalanche
De pedra
De terra
De neve
Um toró
Um incêndio
Um furacão
Um tsunami
Um desabamento
Sobre mim.
sexta-feira, 20 de julho de 2018
Eu vou inventar que a noite e o dia não existem mais, talvez assim eu viva melhor. De dia pode haver silêncio, de noite pode haver barulho das panelas. Eu caminho com o cão de noite e de dia. Eu sinto medo de noite e de dia. Eu penso naquela paixão de noite e de dia. Eu sinto vir uma música de noite ou de dia. Perco o sentido da vida de noite e de dia. Sinto felicidade de noite ou de dia. Sinto amor todo dia. Penso em disistir todo dia. Busco algum sentido de noite e de dia.
quarta-feira, 18 de julho de 2018
Antes da flor carnívora
Sonhei com uma flor
Uma flor embalada
Uma flor ganhada de alguém
Cujo nome não sei
Tampouco a intenção
Eu olhava pra ela sem querer e sorria por dentro
Com amor
Com algum pensamento ancestral
Ela já ficando velha naquele lugar
Algum rosa desbotado
Embalada em um plástico desarrumado
Trazia algo de bom
Uma flor embalada
Uma flor ganhada de alguém
Cujo nome não sei
Tampouco a intenção
Eu olhava pra ela sem querer e sorria por dentro
Com amor
Com algum pensamento ancestral
Ela já ficando velha naquele lugar
Algum rosa desbotado
Embalada em um plástico desarrumado
Trazia algo de bom
- Você é uma boia pra mim.
- Estamos boiando juntos.
- Eu sinto medo. Medo de te perder.
- Quando decidir sobre a pausa, por favor, me avise. Não me deixe sem me avisar. Eu sofro.
Eu sou uma flor carnívora. Amo com as minhas vísceras, ando com as minhas vísceras, exponho as minhas vísceras. Quer ver? Eu atrapalho por um segundo a sua vida quando suas mãos tocam em mim. Menos de um segundo. Logo você me olha com intriga. Pensa que me ama. Pensa em ir embora. Só pensa e cala.
[Pausa de mil compassos]
.
.
.
Com a certeza de quem desejar ficar, eu me fecho em flor. Me mordo por dentro. Arranco as pelezinhas. O amor é igual a dor, aquilo em estado gasoso que fulano disse. Aquilo cujo tamanho quando está dentro de um corpo, preenche o corpo todo de cada pessoa.
- Você tem sido a minha psicóloga. Você será muito boa psicóloga.
- Mas só eu falo da minha vida...
- É no escutar sobre a sua vida que você me tira daqui.
- Obrigada por me aturar há um ano.
- Eu amo você há um ano.
BOIAR =
- Estamos boiando juntos.
- Eu sinto medo. Medo de te perder.
- Quando decidir sobre a pausa, por favor, me avise. Não me deixe sem me avisar. Eu sofro.
Eu sou uma flor carnívora. Amo com as minhas vísceras, ando com as minhas vísceras, exponho as minhas vísceras. Quer ver? Eu atrapalho por um segundo a sua vida quando suas mãos tocam em mim. Menos de um segundo. Logo você me olha com intriga. Pensa que me ama. Pensa em ir embora. Só pensa e cala.
[Pausa de mil compassos]
.
.
.
Com a certeza de quem desejar ficar, eu me fecho em flor. Me mordo por dentro. Arranco as pelezinhas. O amor é igual a dor, aquilo em estado gasoso que fulano disse. Aquilo cujo tamanho quando está dentro de um corpo, preenche o corpo todo de cada pessoa.
- Você tem sido a minha psicóloga. Você será muito boa psicóloga.
- Mas só eu falo da minha vida...
- É no escutar sobre a sua vida que você me tira daqui.
- Obrigada por me aturar há um ano.
- Eu amo você há um ano.
BOIAR =
- transitivo diretodeslocar à tona da água; prender a boia(s) para que flutue.
"boiamos os toros de madeira rio abaixo" - 2.intransitivomanter-se à tona de água, líquido; flutuar.
"atirada à água, a cesta boiou" - Fonte: Google
terça-feira, 17 de julho de 2018
De um ponto no mundo para um ponto no mundo
Agora está em suas mãos o meu desejo de suas mãos. Está em suas mãos as horas que ainda não vivemos. Nesse dia de seus tempos idos eu lhe desejo que deseje o seu desejo do meu desejo. Agora eu vejo na televisão aquele mar que banhou nossos corpos juntos, o mesmo mar que levou o seu corpo, o mesmo mar que quer levar o meu corpo, se suas mãos assim desejarem remar.
E aquela estrela cadente? E aquela outra estrela cadente?
Seja lá o que suas mãos de boca traduzam seus pensamentos de mãos, que venha com saúde e sempre com saúde para você, e assim será para mim.
Por ora, levo a minha mão a minha boca e desejo o meu desejo. Fecho a mão e a repouso sobre o meu coração por cinco segundos.
domingo, 15 de julho de 2018
Os moradores se associam e conseguem diminuir o volume das badaladas por um pedido direcionado àquele que reza. Parece que não é nada disso e eu estou prestes a me matar. O volume das badaladas foi diminuído mas o resto está aqui sem direção. Levo protetor auricular e oculos escuros. Visto preto e jeans. Depois que meus órgãos forem retirados, deixem-me de jeans e ponto. Vou-me matar porque meu corpo mente suporta nada desse mundo doente. Olho o passo a passo daquele nó para enfiar o pescoço. Vou apagar as luzes e fazer dormir os moradores. Vou-me encolher toda assim como eu era antes do dia em que eu nasci.
quarta-feira, 11 de julho de 2018
Aqui não se faz promessas, existem declaraçōes de Amor. O instante pra ser vivido é o lugar da saúde, o encontro é o que torna a vida melhor. O Amor dispensa juras, ele se declara e pede calma, ele lembra que existe a possibilidade de um novo dia. Sai por entre os lábios com um cheiro bom e deseja desejos bons. O Amor mostra o quanto muita coisa foi alterada a partir da sua presença - o trabalho, os estudos, a família, a viagem tão desejada, o cão. As lágrimas são encerradas só com o Amor. Há ressaca da tristeza porque há Amor. Há vontade em viver quando há Amor.
terça-feira, 10 de julho de 2018
Eu visitei aquelas terras da infância enquanto meu pai assumia a direção. Fiquei estarrecida com a devastação. Acabaram com a floresta e assim o cheiro daquele caminho. Eu chamei por deus de tão assustadora aquelas imagens. Eu sabia o que a havia ali, naquela curva, naquelas retas, naquela ladeirinha, e contestava quando meu pai dizia que eu estava enganada. Agora eu via a terra nua, algumas hortas eapalhadas, algumas casas mal acabadas, uns verdadeiros barracos, e muito pó subindo em meio ao sol. Nada de sombras das árvores. Nada de árvores. Acabaram com tudo. Eu estava muito indignada. Alguns latidos eu ouvi. Latidos de cães famintos, magros, pobres, eu imaginei. Não sabia para onde estava indo. Assisti apenas a passagem e essa paisagem agora inóspita. Nem sei se era tristeza dentro de mim.
segunda-feira, 9 de julho de 2018
E daí que eu esteja chovendo por dentro?
E daí que eu esteja queimando?
Se não deu tempo de entregar a resposta, e daí?
A loucura é a mãe da sanidade
O ódio é irmão gêmeo do amor
E daí?
Amanhã é outro dia
E eu estarei morta
E daí?
A saudade mata a gente
E um triste gemido sai
Mariana Magalhães dos Santos
1981 + 2018
E daí que eu esteja queimando?
Se não deu tempo de entregar a resposta, e daí?
A loucura é a mãe da sanidade
O ódio é irmão gêmeo do amor
E daí?
Amanhã é outro dia
E eu estarei morta
E daí?
A saudade mata a gente
E um triste gemido sai
Mariana Magalhães dos Santos
1981 + 2018
domingo, 8 de julho de 2018
terça-feira, 3 de julho de 2018
Naufrágio
É uma viagem no navio
Mais uma viagem de não sei quantas horas
Uma viagem de não sei quantos dias
Menos um dia
E só você
Nas voltas que esse mundo dá
Nos nós que carregam as cordas dessa embarcação
Minha garganta
Meu pensamento
Meu coração navio
Mais uma viagem de não sei quantas horas
Uma viagem de não sei quantos dias
Menos um dia
E só você
Nas voltas que esse mundo dá
Nos nós que carregam as cordas dessa embarcação
Minha garganta
Meu pensamento
Meu coração navio
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