Minha identidade está num manicômio
Em Salvador
O meu plano de saúde também
Quando irei buscar?
Não sei
Penso que decidirei retirar a segunda via
Certamente
Agora faço uso da minha habilitação para dirigir
Ele disse: "você está dirigindo muito..."
Bem
Eu gosto dele
Conversar, trepar, estudar
Pronto
Vou retirar a segunda via
Caminho é um
Só nosso.
quinta-feira, 12 de julho de 2012
domingo, 1 de julho de 2012
Grades
Foi
uma noite bastante agitada. Ouvi movimentos e conversas pela casa,
despertando do meu sono que mal tinha se iniciado. Homem branco, de
barba feita, palavras pausadamente claras – um ladrão havia
entrado pelo basculante do banheiro.
- Não,
ele não vai levar tudo. Olhem só, o observem. Ele precisa de amor,
de carinho...
Estava
posta a cena, o casal, eu e o ladrão dialogando na cama do casal. A
mulher com cara de interrogação depois da minha fala, o homem certo
de que o ladrão iria levar tudo, já disposto a separar os
pertences, e o ladrão calmo, de olhar brando e fala segura
reafirmando o seu objetivo que, de alguma forma, tranquilamente se
cumpria.
- Onde já se viu chamar polícia pra ladrão que esteve dentro de nossa casa?
Aí eu sugiro:
- Precisamos colocar grades, grades em todas as janelas...
Mas
como?
O
apartamento é no terceiro andar do prédio! Ele amarrou um barbante
na tampa de garrafa de refrigerante, lançou pela pequena janela e,
fime nesta "corda", subiu num rapel. Do banheiro, partiu
para o primeiro quarto onde estava o casal que assistia à televisão,
e os rendeu. A voz de assalto foi branda para que não houvesse
reações desesperadas ou gritarias. Então iniciou-se a negociação.
Eu
acordei e não foi fácil entender os acontecimentos. Assim comecei a
ouvir as explicações:
- Isso
é um assalto, esse rapaz vai levar tudo.
- Sim,
eu levarei tudo.
Engrenada
pelo tom calmo da voz do assaltante, subjetivei:
Decidi
chamar a polícia e, imediatamente sou advertida:
- Onde já se viu chamar polícia pra ladrão que esteve dentro de nossa casa?
Aí eu sugiro:
- Precisamos colocar grades, grades em todas as janelas...
Essa
era a decisão mais coerente, mais acertada.
Hoje
pela manhã acordei e deparei com a minha aliança de casamento fora
do meu dedo, emaranhada entre o cobertor e eu.
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