sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

Coisas de fim

Estão todos atrás da tela

Muito longe eles se põem

A conversar

Desabafar

Escutar

Gritar

Xingar

Silenciarem

Por trás das telas estão blindados de mim

Daquilo que lhes faço de tanto mal

Aquilo ora chamado

jorro

Jorro de amor

Uma cronicidade suicida

Assassina

É daqui pra frente

Com telas e sem telas

Aonde está a coragem

Por entretelas

O amor se apaga

O encontro surge

Novo encontro

Há de surgir

O sol está aí pra isso

O mar e o pó da terra

Que da sua morte 

No meu corpo moribundo

Da tristeza de tanto jorro derramado

sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

A MORTE É AFUNDAMENTO.

Vou explicar a saudade: 

A saudade é o fim 

A saudade é querer demais 

Expresso em lágrimas sem esforços 

A saudade doi

No meio do peito 

A saudade é impossibilidade 

Amiga da morte 

Corte pungente 

Ferida aberta 

A saudade é eterna pedinte 

Confusão imaginária 

Calabouço das memórias 





Apenas sinto e escolho o nome saudade. Dizem que passa enquanto há vida. E saudade deixa de ser, existir. 












segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

 Basta o mar calmo e quente pra eu me banhar

Vejo reluzir diamantes sobre as águas

Sento com o cão na areia

Buraco na areia

Abraço amigo apertado

Um novo encontro com trocas gentis

Pra caminhar

Basta o dia quente e a noite fria

Apenas sinto o meu corpo galopar

Descompassado 

Basta cantar muito alto 

A música é sempre afinada

sábado, 4 de dezembro de 2021

 A não existência 

Filha da morte 

É quase insuportável

O não existir mais 

O jogo acabado 

Parece necessário criar 

Outro que vem com lembranças

Afetos 

Novas formas coloridas 

Diferentes

Criar quem já morreu 

Pra viver 


A não existência 

Atormenta muito mais 

Se há obra 

Acalenta