terça-feira, 19 de junho de 2012

Jorge e Luiz

Eu, na confusão com pensamentos, em palavras escutadas, ditas, interpretadas. Paralisada. Sintomática.

Só assisti à chamada na tv dizendo que investimento no ensino primário determina riqueza de cidade após 100 anos, conforme pesquisadores da USP, uma homenagem à Luiz Gonzaga, flashes de um documentário sobre Jorge Amado e às propagandas sobre o remake de "Gabriela" - o bastante para tramar meus conteúdos flutuantes.

Além das imagens televisivas, vi Luiz Gonzaga uma única vez, no carnaval, em cima do trio elétrico, sentado, sem chapéu, bem velhinho. Alguém me disse: "olhe Luiz Gonzaga ali!" Eu, debruçada na janela em plena Carlos Gomes. Meu marido disse que a sua lembrança foi de um show no Parque de Exposições, acompanhando seus pais. Lembrança e tanto! Na verdade, a imagem que vi de Luiz Gonzaga veio só decorar os meus registros musicais - é como se a sua música já nascesse com a gente que é nordestino. Alguém foi ninado, sacodido e alegrado pelo baião. Um homem que saiu da rigidez do exército, conheceu parceiros de sucesso, adotou filhos e plantou artistas.

Jorge Amado nunca vi ao vivo. Todas as vezes que apareceu na televisão, capturava a minha atenção. Até porque, que casa maravilhosa era aquela? Que mulher sorridente sempre ao seu lado! E os cachorros que não desgrudavam... os peguentos pugs! Li um único livro - Mar Morto. Belíssimo, atraente. Senti-me parte do livro. Vi poesia. Li Salvador. Penso que deve ter me bastado. A música de Caetano, Gerônimo e Dorival já me contaram algumas outras de suas histórias...

Então, flutuando eu me trouxe aqui, numa escrita fisicamente necessária a qual não sei bem ao certo a finalidade. Pensei em meus investimentos, no meu trabalho. Nesse momento já não tenho dúvidas sobre se há vida após a morte. Tampouco medo da vida, tampouco medo da morte.

Depois de 100 anos muita coisa há...

2 comentários:

  1. Concordo plenamente com a colocacao sobre Luiz Gonzaga, parece mesmo que ja nascemos com a musica dele no cerebro esperando so um estalinho pra colocar pra fora! Jorge Amado foi o cara que soube descrever a nossa Bahia como ng, viajo nas descricoes que ele faz das nossas cidades, nos leva a cada cantinho junto com ele. E a casa dele eh realmente sem comentarios! Parabens pelo texto!

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  2. Gosto muito do Luiz Gonzaga. A música dele tem mesmo esse gostinho de "voltar pra casa". Jorge Amado, já não me sinto tão familiar, apesar de que terei eternamente gravada e imagem de Pedro Bala e seus cabelos loiros, acho que sua escrita tem realidade demais pro meu gosto.
    Sobre seguir o meu blog, acho que não tem um link no site, você tem que adicionar no seu painel, quando fizer login. Ou assinar os feeds. Para assinar os feeds é só ir até o final da página e clicar em assinatura. :)

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