sábado, 18 de fevereiro de 2017

Um cachorro preto, pelo longo. Porte pequeno. Era alegre, mas mordia. Rosnava e se aproximava. Ele tinha que ser contido por grande parte do tempo em casa, de onde entrava e saía gente frequentemente. Alguém entrava com um cachorro. Uma garota meio loira, com uma chapéu parecido com um capacete e vestida com um short jeans cuja etiqueta metálica, atrás, na altura dá cintura, tinha o nome Rocha. Eu acompanhava ela indo pelo corredor, enquanto estava parada agachada na porta de entrada da casa contendo o cachorro pra que ele não mordesse o cachorro dela. Eu acarinhava aquele cachorro mas quase não via os olhos dele. Então o peguei em meu colo e colocando-o de frente pra mim disse pra ele em bom humor e voz doce: coisa linda, você é lindo. Ele não era lindo, eu via uma cara de bruxa nele, bruxa daquelas desenhadas pela Disney, meio índia velha, com queixo grande, cabelos lisos caindo desarrumados pelo rosto. Ela ria, um riso falso, tentando ser simpática, e eu insistia nos elogios.

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