quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Um acidente com muitos mortos. Junto ao meio-fio, mortos ou agonizantes. Nunca vi isso antes... Parecem mortos de guerra, empilhados. Nenhum som. Som de dor ou de respiração, nenhum. A espera pela ambulância é de mais de uma hora, então quem poderia sobreviver, estava morto. O caminho se faz em direção a uma amizade de longas datas. Um laboratório com muitos computadores numa penumbra. Saímos pra almoçar mas nesse tempo há uma consulta psicológica agendada e um ex-namorado é insistente em acompanhar o trajeto ainda que seja tratado com indiferença. A sessão acontece e, ao final, antes de sair, é observada a porta entreaberta e o sentimento de que tudo fora escutado lá fora. Não, não, é garantido pela psicóloga - há muito barulho, parece ter sido realmente impossível. Depois a profissional é uma amiga, o ambiente  fica familiar, a filha dela chega e não me cumprimenta. Vou buscar o meu cachorro. Ele faz cocô na rua e ainda há dúvidas se recolher ou não. Um armazém está bem defronte, um saco é disponibilizado e a coleta feita, ainda que com pouco amor pelo cão. Agora a direção é a casa de uma tia. Familiares encontram-se de férias em Guarajuba e eu  trabalho. A sobrinha surge do mar à areia em minha direção com os cabelos esvoaçantes parecidos com a menina que eu gerei. Um tio ja morto aparece vivo e me cumprimenta de maneira diferente da habitual, passo a saber que a sua memória está lesionada. Vejo o mar à frente. De camisa preta e calcinha, sinto a liberdade pra um mergulho antes de ir trabalhar, um mergulho só. O faço. A água é turva, extremamente salgada. Saio convicta de que a água do mar do lugar onde moro é melhor.

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