domingo, 25 de março de 2018

Qual o plano que faço comigo?
Aonde está o íntimo do meu desejo
Aquele desgarrado do Outro
É insano
Caminhadas até à praia
Todo dia linha do horizonte
Ondinhas
Lembro de não sei onde
Ele veio
Ele foi-se
E nunca mais virá
Eu não vou
E nós não teremos um relacionamento
Ele disse
Eu morri
Estou morta
Qual o plano que faço comigo?
Um barco sem vela
Aqui e lá
No estômago e no devaneio
Mais lindo do mundo
É preciso atravessar
Sentir-me estrangeira
Bem naquele lugar onde é impossível voltar quando quiser
O peito travará
A mão retirará parte do óleo da face
Haverá um choro
Quiçá um berro ensurdecido nas espumas
Por ele mesmo
Uma terraplanagem
Um louco planeamento
Por mim mesma
Comigo
Enquanto busco algum sentido
Nesse ir e vir
Chacoalhar de emoções
É o único plano que faço comigo

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