quarta-feira, 14 de março de 2018

Deve ser tão difícil viver comigo que todo dia tem que cantar e tocar quando eu chego. A porta sempre fechada. Eu escrevo. Estamos enjaulados. Há um bicho que nem sabe que é selvagem e fica louco pra sair quando eu chego. Saímos juntos todas as vezes que ele sai. Ainda que eu lhe peça o tempo de um cigarro, ele rosna o seu estresse, anda pra lá e pra cá, querendo sair. Estamos todos presos. Até o outro lado do oceano está preso. Até a terra que se movimenta, já que disse que a terra não treme. Quanto menos poesia melhor? Sou uma eterna doente. Doente sem cura da solidão do ser animal.

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