quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Estou escondida desse lado da cidade
Pro mar eu não corro
Fico descendo e subindo ladeira
Piso na areia e deixo a água me dar boas vindas
Andei catando uns búzios pra escutar o som e matar alguma saudade

Vivo escondida nessa curva na cidade
Me proíbo de passar pela encruzilhada
Se alguém me vir ou gritar meu nome
Azar ou sorte hei de decidir
A reza é pra ser invisível e poder descer e subir

Estou escondida na metade do morro desmatado e concretado
Metade do dia eu canto a outra eu choro
Toda a vida é fazendo ficção de construção De ruas mal acabadas
No esconderijo tudo é bem depressa
Quase parando

Vivo escondida no bater das ondas na areia
Debaixo da sombra do chapéu de palha abrigo meu corpo refém
Ansiando um silêncio que não vem

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