A serviço público
A indústria
O sindicato
A transição
É criar a montagem que me salva das realidades tão duras. Eis a imagem dela em atos. A tvbahia transmitiu a paralisação de motoristas de transporte coletivo em Salvador. Um dos manifestantes dançando com discrição o reggae. As manifestações dos operários são regadas de reggae. Participei de algumas. Antes de tudo começar, o protesto em música. Sistema do vampiro, Lili. Movimentos sindicais criaram um presidente de um país. Eu levei quase dez anos pra me sindicalizar enquanto na indústria, o fiz quando o movimento dos operários era de evasão. O sindicato me acolheu com assistência social, e orientou com advocacia no momento dificílimo de rompimento do meu contrato depois de uma década. A reforma trabalhista em 2017 quebrou empregados, demitiu em massa terceirizados, aumentou o número de acidentes de trabalho - pessoas desempregadas, com fome. Logo depois, estabeleceu-se o horror. Para os sobreviventes falam de empreendedorismo, o jeito do sistema que vive sugando todo povo. Assim, é uma montagem para operárias e operários, para trabalhadores, para associados aos sindicatos, principalmente, a mensagem a ser transmitida através da música no teatro. O ato três é composto pelo reggae. Agora pensei sobre não ter colocado o samba reggae. Coloquei. A canção é histórica e história, pois é preciso falar de canudos, evidenciando o nível impressionante de organização dos desvalidos, marginalizados, famintos, desesperançosos, sem-terras, crédulos religiosos, contra o cativeiro mental de um sistema centenário de dor e falsas libertações [GOMES]. É pra o grave tomar a atmosfera com a suavidade de Steel Pulse. Vocais, manchetes projetadas. Talvez o ato mais longo. Nesse momento será possível decidir em abrir o jogo ou não, ser eu mesma ilustração é um preço a ser pago. A sequência se abracadabrarará em GIL, sua presença e fazenda do ritmo no país.