sábado, 20 de julho de 2024

Nova montagem _2

 O trabalho é para a voz ficar mais mansa, precisa, sem gritarias. Escutar a minha própria voz é da ordem de um eterno estudo, diferentemente do prazer de escutar outras vozes que gosto. A voz de Caroline Oliveira, Riane Mascarenhas, minhas amigas cantoras baianas, causa em mim o prazer de escutar uma voz. Já a minha própria voz não. O prazer de escutar a minha própria voz acontece no momento que eu encontro a execução satisfatória, onde eu entendo que posso seguir fazendo por esse caminho. O não saber sobre a satisfação dos ouvidos que vão ao teatro e escutam a minha voz é surpreendente quando as pessoas declaram suas satisfações. Até aqui, os corpos ouvintes já enxergaram na minha voz muitas outras vozes que considero importantes: Maria Bethânia, Edith Piaf, Elba Ramalho. Penso nos sinais que a minha voz, juntamente com a interpretação puderam alcançar e trazer o retorno sobre uma qualidade do que tenho feito. No palco o corpo está todo a favor da mensagem a ser transmitida. Assim, os sentidos circulam por todo o corpo - os olhos podem estar nas costas, a voz pode sair do coração, por exemplo. É um transe que não paralisa mas executa. Ao descobrir a minha necessidade da presença da percussão e do contrabaixo, amadureço as execuções. Então, desejo compor a banda com eles mais o meu violão de algum jeito e a guitarra e/ou o piano elétrico. Desejo a bateria e algum sopro também, por conta das explosões que prevejo. Enxergo nomes como Riane na voz e contrabaixo, desejo que ela cante e encante com o reggae. Na percussão seria excelente se Alana Gabriela pudesse vir. Trabalhar com quem eu gosto triplica o prazer de fazer música no teatro, a sintonia que se dá na intimidade, no afeto, faz diferença, o público sente junto. Na guitarra tem Gabriel Teles, tem Duda Brandão. Felipe Pires sempre está em meus pensamentos, multi instrumentista, pode assumir o piano, o violão, ele é de uma criatividade harmônica que admiro, como se a coisa ficasse sempre contemporânea. Tem Ícaro Santiago, criativo quanto Felipe. Na bateria conheci Ludovic Guirvach e me interesso pelo trabalho dele, mas seria muito bem-vindo Rafael Santana. Lucas Decliê na flauta e sax alto, um querido.

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