domingo, 14 de julho de 2024

Nova montagem_1

 Está ficando linda e há um desencontro de ouvidos para escutar. Talvez haja encontro para ler. É o meu constante sonho, vivo para uma nova montagem. Está coesa, arredondada, rica de mensagens que me chamaram pra transmitir. Porque não sou eu e sim algo para além de mim. É sofrido o processo, muitíssimo doloroso, até o último segundo quando o primeiro pé toca no palco, ao mesmo tempo a pesquisa instiga, agita meus pensamentos criativos para um chamamento. Unir as trabalhadoras e trabalhadores num beco só pra dizer que nada cai do céu nem cairá [CONFINS], dizer que seus direitos podem ser garantidos. O peão entra na roda, bambeia, sapateia no tijolo [CAYMMI] e precisa de serenidade no movimento de mudar a própria vida de cabeça pra baixo na direção da realização de seu desejo. Eu estudo as minúcias mesmo que o resultado ao vivo apresente suas imperfeições. As obras são escutadas inúmeras vezes enquanto as melodias e a poesia absorvem meu corpo na busca da história a ser contada. Celine Dion diz que o mais importante é a interpretação. Assim, sem espelho de ensaio, frutifico a imaginação para quando ela encontrar a canção sendo executada sob a quentura das luzes na caixa escura. Trata-se de uma dramaturga, diretora artística e musical, cenógrafa, figurinista, orçamentista, produtora executiva, idealizadora e intérprete musical. Cantora, há quem prefira esse nome. É cérebro e corpo a todo tempo. E cachê, tem que ter cachê para a cantora dessa vez. Quero que o tempo me dê tempo pra realizar. A proposta do trabalho está a serviço das reflexões. Zero romantismo. O reggae vem com sua força resistente. É para tocar no fundo do coração civil.

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