sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Oxigênio

Faz tempo não decido parar para escrever. Meu blog quase abandonado, porém ainda respirando – de vez em quando entro e o oxigeno com a minha visita. Oxigenar, esse é o nome. Retornei à análise semanalmente, e isso provoca em mim a tal da felicidade. Por estar trabalhando muito na empresa que paga pelo meu trabalho e na análise, lugar onde eu pago para trabalhar, tenho encontrado certos sentidos para viver a meu favor e a favor da minha família edificada, principalmente. A saudade da minha analista tem sido saciada a cada segunda-feira com o trabalho, o encanto pela minha nova colega de trabalho e meus gerentes tem sido alimentado também pelo trabalho. Na minha casa, sinto as coisas tomando seu devido lugar em consequência da motivação do meu marido com o seu novo trabalho e minha filha retornando aos cuidados de uma mãe que não deixa de fazer contato com a psicanálise, que me mostra todo dia que a vida é trabalho.


Estou nesse momento fazendo o exercício psicanalítico do qual não lembro o nome agora, mas que faz referência à nossa retenção inconsciente do que ouvimos com a palavra trabalho. Já escrevi um texto sobre isso no meu blog. TRABALHO, a única palavra que extraio da composição desta é alho, e eu associo ao efeito antibiótico do alho, muito usado na cozinha da minha casa. (A escrita está bem flutuante! Rsrsrs). Cresci com a informação de minha mãe de que sou alérgica à penicilina e quase não precisei de antibióticos na minha vida. Meus dentes nunca tiveram uma cárie sequer até chegar os 30 anos... nem os cabelos brancos, nem os pés inchados de ficar tanto tempo sentada durante a jornada...ah! O danado dos trinta anos! Pelos 30 anos vividos tenho sentido a velhice, e tenho dito que estou velha. Sim, estou velha, porque desde criança eu sou velha! Também já escrevi uma poesia sobre isso. Minhas irmãs e primos conseguem se surpreender com a minha memória de coisas da nossa infância. Eu mesma às vezes não sabia que lembrava de tanta coisa que eles não lembravam, achava que certas recordações eram coletivas, mas não. Então, essa coisa de observar muito a minha volta era involuntário e sem quaisquer intenções, e talvez por isso, eu não soubesse como usar ao meu favor. Aí completam-se três décadas de impressões, registros, experiências e, se o meu eu não pode cindir com tantas falas e cenas registras, esquizofrenizar mesmo, eu decido procurar saber e encontrar o que fazer com tudo isso.

O melhor é descobrir o possível e constatar o impossível. As lagartixas não têm mexido com a minha fobia, nem os ratos. Nem as baratinhas do ônibus! Rsrsrsrs Constatei que elas, as baratinhas do ônibus, só aparecem à noite, com clima propício, que as lagartixas comem aranhas e pequenos insetos e minha casa deve estar limpa sempre. Muito mais dificil é a apariçao de um rato. Na Confraria dos Saberes tem um galo agora, e eu pude ficar observando (eu também apresento uma fobia de aves, pelos bicos, garras e expressões muito inexpressivas!) de longe e tive vontade de chegar bem perto e testar uma aproximação, mas a porta estava trancada. Parece até besteira isso que estou elaborando, mas vivo em psicanálise e sei que não o é. Uma relação com esses bichos é possível, o impossível é saber como a morte irá chegar, mas disso eu não preciso saber.

3 comentários:

  1. Eu hein, o meu comentário anterior foi abduzido.... Tinha dito: "Colega nova? Estou com ciúmes. Ainda bem que já estou na categoria de Amiga!!!rs "Bjs

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  2. Acho engraçado como sendo tão diferentes, podemos ser tão parecidas. Eu amei o texto!

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  3. Mais uma vez me delicio com suas palavras... escreva mais que vou ler mais e mais e mais!! Bom saber que está caminhando pra o entendimento. Ótimo texto!

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