sábado, 18 de maio de 2019

A mania se apresenta em  um estado de profunda irritação. O grito e o choro são, pela pouca consciência do corpo, mantidos em retenção. Qualquer som mas nem todo som atiça o atacamento, qualquer palavra, qualquer presença. Qualquer mas nem toda presença. Ainda que calmamente alguém indague o motivo do enclausuramento na mania, ainda que eu lhe diga que está na voz que canta muito mal, a certeza do não lugar da coisa da mania atravessa a voz. Convive com o medo extremo e presenteia com o corpo se revirando durante todas as horas de estio num colchão. Não há amigos. Nem cão. Nada salva um corpo na mania. Se esse nome não lhe fosse dado, os desastres continuariam acontecendo sem nome.

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