domingo, 4 de agosto de 2024

A inteligência é uma avaliação dos humanos, inventada e medida pelos mesmos. Gênios, todos afogados nas suas burrices, pode ser a genuína inteligência. Na companhia de pessoas graduadas em psicologia nas diversas abordagens sobre suas clínicas de maneira voluntária escutei repetidas vezes sobre a utilização de uma psicoeducação. Recebi alguns artigos sobre ela. A palavra me salta aos ouvidos quando se propõe educação na clínica pois nela o trabalho é o contrário e se distância do discurso do mestre. Psicanalistas são supostos saberes, quem sabe mesmo são as pessoas entregues ao trabalho analítico no caminho do desejo. Vasculhei afim de encontrar algo de relação da palavrinha saltada e a psicanálise. Intervenção é o que há na clínica psicanalítica. Tive a sensação que havia encontrado uma equivalência mas não. Encontrei com a minha necessidade de usar a língua inglesa pra adentrar no que trouxe um segundo e curto artigo de 2022 questionando sobre a psicoeducação ser uma ferramenta para lidar com as rebordósias frente ao capitalismo, trazendo Žižek... É gratificante poder acessar as palavras advindas da inteligência alheia. "O tecnocapital abocanha nossas pulsões", diz COSSI. No que se  transformará a clínica psicanalítica rondada do imperativo dos diagnósticos e das psicologias do ego. Falo da minha clínica. Eu preciso escutar as manifestações do inconsciente que se fazem através do consciente, de um ego que mente e, nessas horas, deixa escapar o que esteve inacessível, recalcado. Escutar e ser espelho, instrumento da construção da aquisição da inteligência de outrem ou da percepção da burrice de outrem é diferente de fazer psicoeducação. Todo trabalho da analista é clínico, dentro ou fora da sala. Aliás, o que se faz com a psicanálise, com a psicologia, é clínico, seja entre quatro paredes ou no meio da rua. Agora mesmo, com essa correnteza de escrita, estou tentando construir uma inteligência para atender ao reducionismo de uma universidade que provavelmente não aceitará o meu projeto de conclusão de curso falando da formação de uma psicanalista na Bahia e o processo de normopatia na instituição de psicanalistas. A normopatia historicamente combate com força o movimento criativo, uma patologia provocada pelo processo grupal. Assim, com a palavra saltada dentro do sistema acadêmico que também abocanha pulsões, busco o produto pra oferecer a esse mercado produtor de bachareis. Ao mesmo tempo no qual leio uma tese sobre um orixá, leio um livro sobre uma ialorixá, que melhora a burrice sobre as minhas origens... 

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