sábado, 22 de maio de 2010

E na novela da vida dela...

Final feliz: gravidez, casamento, viagem, troca de casais, cadeia para os criminosos. Lembrei a poucos minutos, enquanto minha sandália havaiana (100% brasileira!) encostava um pouco do seu solado no assento do sofá: lembranças das cenas de novela quando eu era criança e me indignava com os atores que chegavam da rua e sentavam despojados no sofá, aliás, sentavam não, pisavam!! Pisavam no sofá!

Imagine, uma criança como eu, nascida na década de oitenta,"aprendendo" isso com a telenovela, produto mais consumido pelos telespectadores brasileiros! E o pior, sem censura! Eu lembro que ficava acordada até tarde vendo TV... Meus pais, filhos da repressão. Nem de longe ligados à política ou a qualquer ação politizada a não ser suas próprias experiências familiares.

Década das Diretas Já! Quem não chorou com a morte de Tancredo Neves? Aquele cara de vovô bonzinho que poderia mudar o Brasil... O vovô? O vovô foi assassinado, claro! E depois, não recordo se ainda na década de 80, o sumiço do corpo de Ulisses Guimarães. Outro vovô que lutou pela democracia, ativista, presidente sei lá, do PMDB. E eu custando a acreditar que um peixe, um tubarão fizera um banquete com a carna tão saborosa intelectualmente de Ulisses. Miolos gostosos esses, hein? Hummm... rsrsrsrs

Sei nada de política. Telenovela não mostrava! Meus pais não conversavam sobre isso em casa. Lembro da inflação porque de repente minha mãe chevaga com um monte de latas de leite Ninho do mercado...

Paulo me ensinou a assistir telejornal, todos os telejornais, porque um só não é válido. Aprendi a somente ouvir, porque no meu funcionamento é mais fácil entender. Passo o dia a ver, então posso escolher a forma de assistir pelo menos à televisão! Meu primeiro voto para presidência foi para Luís Inácio da Silva, o personagem LULA. Todas as minhas referências pessoais me levaram a isso, não a minha coleta de informações individuais e análise crítica. Só sabia que detestava o grêmio do CEFET e que era muito mais que níitido que Nelson Pelegrino nos visitava atrás de voto, e não porque desejava engajar qualquer projeto a favor da escola.

Não sou a favor da política que se faz aqui no Brasil, por isso me declaro apolítica. Simpatizo e defendo causas, como cidadã brasileira, coisa que muitos esquecem de ser. É uma questão de SER, não de ESTAR, nesse caso. Não jogo meu papelzinho na rua, não sonego informações ao declarar meu imposto de renda, mesmo "doando" meu dinheiro ao Estado.

Quem sabe um dia tudo isso pode dar certo. Estou em ação, porém sem grandes expectativas, pois receio morrer de morte matada, pois viver nesse país e alimentar a minha paixão por ele agora é risco de morte.

2 comentários:

  1. Essa parte de querer chegar em casa e colocar os pés calçados no sofá foi uma ótima lembrança! Quem nunca quis imitar a novela? Vc lembra de cada coisa viu! O tubarão que comeu Ulisses! kkkkkkkkkkk

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  2. Ô! Lembrança de infância é lembrança de infância... rsrsrss Obrigada pelo comentário!!!

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