terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Antes da palavra: o som e a imagem

Pra Te Lembrar
Composição: Nei Lisboa

Que é que eu vou fazer pra te esquecer?
Sempre que já nem me lembro, lembras pra mim
Cada sonho teu me abraça ao acordar
Como um anjo lindo
Mais leve que o ar
Tão doce de olhar
Que nenhum adeus pode apagar...

Que é que eu vou fazer pra te deixar?
Sempre que eu apresso o passo, passas por mim
E um silêncio teu me pede pra voltar
Ao te ver seguindo
Mais leve que o ar
Tão doce de olhar
Que nenhum adeus pode apagar

Que é que eu vou fazer pra te lembrar?
Como tantos que eu conheço e esqueço de amar
Em que espelho teu, sou eu que vou estar?
A te ver sorrindo
Mais leve que o ar
Tão doce de olhar
Que nenhum adeus vai apagar..."


Eu gosto de poesia, mas poesia musicada. Sem música não há poesia pra mim. O que vem primeiro para qualquer ser humano é o som, antes mesmo da noção de si. No período intra-uterino, é só som, muitos, muitos estímulos sonoros. Pesquisas indicam que a partir do quinto mês de gestação, quando o aparelho auditivo está pronto, aproximadamente, a criança começa a escutar. Os olhos ainda não veem. Depois que nasce, passa a enxergar, primeiro turvo, depois a visão fica límpida e inicia-se o processo de aprendizagem através do que vê e ouve até chegar à palavra.

A poesia musicada acima, cantada por Caetano Veloso (eu adoro Caetano!) é um simples exemplo de como a beleza que há nos sons se propaga. Fiz a minha viagem ao trabalho hoje ouvindo Açaí, de Djavan, outro Caetano. Para quem não sabe, o nome de Djavan é Djavan Caetano Viana. Quando conheci essa música eu era muito criança, através do disco de vinil chamado Luz, repleto de sucessos do início da carreira dele.

O que eu quero dizer é que eu ouvia essas músicas todas e não sabia colocar nomes no que elas me provocavam. Só sentia, ouvia, cantava. O entendimento, interpretação, a leitura propriamente dita, veio mais tarde... Sabe aquela sensação de "eu já sabia que era bonita, mas não sabia que era tão bonita!..."? E o sentimento de euforia e prazer que tem esse encantamento?  A arte quando me toca faz isso comigo... Não sei se consegui descrever bem ou se isso acontece com todo mundo.

Ontem ganhei umas fotografias e senti isso que a poesia musicada me faz. Costumo chamar a fotógrafa de Macaca, ou Macakona. Já viram o bicho lindo que é um macaco? Assim como os cães...  Postarei a fotografia em breve.

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