sexta-feira, 15 de abril de 2011

Link com D. Net


Faz uns dias meu pensamento está trabalhando lentamente para o processo de escrita flutuante. São tantas impressões neste mundo no qual ao [eu] vivo, no meu país, na minha cidade, no local onde eu moro... Eu tenho preferido prorrogar a escrita para não embolar as ideias.

Tenho sentido tristeza ao colocar-me a par do noticiário. Minha atualização hoje vem principalmente da internet, onde leio ao menos dois sites de jornal local e dois sites de jornal nacional logo que começo o meu dia de trabalho, diariamente. Aos finais de semana resguardo-me a não ter acesso a essas tantas informações.

Todos os dias também, marco presença nas comunidades virtuais. Sim, vivemos em dois mundos – o virtual e o “real”. Desde o rádio e a invenção da televisão isso vem acontecendo, mais devagar e menos desastrosamente, porém sensivelmente. O mundo chega às nossas casas simples assim, não precisamos nem levantar da cama, só pegar o controle remoto e plim! (Aqui no Brasil é plim!plim! rsrsrs). Agora é quem eu chamo de D. Net, nossa maravilhosa internet. Poderosa também. Mais do que qualquer outro meio de comunicação hoje em dia. A televisão anda perdendo para ela. É um mundo, com imagem e linguagem própria, além de conter tudo o que chamamos real tem, de bom e de ruim, só não tão perfeitos ainda quanto os nossos sonhos inconscientes.

Comecei a escrever porque estava lendo um artigo sobre a teoria de Vygotsky (psicólogo russo), numa das minhas pesquisas sobre comportamento devido a questões que tenho buscado atravessar com a minha filha de sete anos na escola. De Vygotsky à Lacan (psicanalista francês), de Lacan à Saussure (linguista e filósofo suíço). Nunca imaginei entrar nesse universo de informações, de me importar com o nome de autores ao invés do título dos livros! Kkkkkkkk Mas educar é um desafio mental, intelectual e comportamental, por isso não hesito em recorrer às palavras. Enfim, percebi algo que fazia um link (olhe a palavra virtual no real!) com D. Net e o mundo de carne, osso, pedra, madeira, aço..., o mundo que chamamos de real.

Lacan retirou de Saussure o entendimento de significante e significado, elementos que compõem o signo linguístico. O significante é uma imagem acústica, o significado é o conceito.  Posso exemplificar bem simploriamente: Lendo a frase “Deus é” em voz alta, tem-se também “Deu Zé”. A primeira, como significado, a segunda como significante, imagem acústica.  Essa imagem acústica é o que fica registrado pelo nosso inconsciente, segundo a teoria psicanalítica. Não sei se fui muito clara, não muito boa ao tentar transmitir o meu saber adquirido, mas estou aberta a questionamentos e a aquisição do saber alheio! Rsrsr

Bem, o link com D. Net, com o noticiário atual e com a psicanálise tomou seus caminhos, podendo ser só coisa da minha cabeça, mas que para mim, blogueira, não me custa publicar. O que eu ouço, pode ser o que o outro também ouve, mas não há qualquer meio que possa garantir que o que eu retenho como significante, inconscientemente, seja o mesmo que o outro. É como o bolo de uma tia minha muito querida: ninguém faz igual. Uns gramas a mais de manteiga já alteram todo o sabor do bolo, e vice-versa. Alguém pode nunca contestar que “Deus é”, mas outro prossegue com a certeza de que “Deu Zé”, na cabeça!

Assim vão-se misturando informações, reais, virtuais, e dentro da cabeça de liquidificador de cada sujeito vai resultando sucos [sulcos] vitaminados em prol ou contra a humanidade.

2 comentários:

  1. Sempre me surpreendendo com seus escritos e reflexões. Essa daí é aquela tal história: interpretação é igual a "olho", cada um tem o seu! Ótimo texto!

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  2. Acho que vou voltar pra análise...rs

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