quinta-feira, 26 de julho de 2018

O fim nunca é o fim
O fim de um invólucro é a metamorfose
O fim daquilo que ainda nem se sabem asas, depois da descompressão
É um voo
Mesmo sem saber
Voar

Quando uma trinca é um abismo
A água tende a escorrer pelo vale
Veem-se aves voando
Homens construindo pontes
Uma corda é colocada para o equilibrista

O fim nunca é o fim
A pausa é para a música existir
A paragem serve ao próximo movimento
O corpo nasciturno nu, para ser envolvido por um tecido

O abdômen contraído para aquela dor chegar ao fim
A lágrima caída enxarcando a face para aquela dor chegar ao fim

O abdômen contraído por aquela risada depois da dor que se foi
A lágrima caída enxarcando a face depois daquela dor que se foi

O fim nunca é o fim
A caça morta na barriga do predador
A criança que chora aprende a dizer da dor
O amor quando vai embora faz caminho pra um novo
Amor

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