sábado, 6 de abril de 2019

Entre o deprimente e a luz do sol ou a água fresca

Uma semana completada com o corpo sentado por quase quarenta horas. No último dia dessa semana de corpo febril, sai quase correndo da cadeira ao lugar mais reservado daquele lugar: a cabine no banheiro feminino. Por pouco berraria ou cantaria em lágrimas ali mesmo na cadeira, no meio de toda a gente que um dia (ah, esse dia) reclamou de umas gargalhadas genuínas. Foi defecar de tanto que segurou o corpo trêmulo e fóbico. Ambiente confinado, defeca, urina, contorce a face em choro já impossível de conter. Coloca Milton Nascimento dentro dos ouvidos. Coração civil, fé cega faca amolada, travessia, me faz bem...ponta de Areia. Aciona a descarga e completa a trivial limpeza das partes. Corpo contorcido chora ainda. Vai pro chão e o encolhe como um feto dentro na barriga. Milton Nascimento enfiado nos ouvidos. Mas que diabos! Que arranjo sensacional em me faz bem! Que coro lindo dessas vozes infantis.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Segundos Saberes (para o seu comentário)