quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Primos-irmãos

Era uma vez três irmãs e dois irmãos. Matilde, Afrodite e Brigite eram irmãs, primas de Luiz e Geraldo, também irmãos. Eles já brincavam muito juntos quando nasceu Curó, irmã de Luiz e Geraldo, prima de Matilde, Afrodite e Brigite também.


O pai das primas era irmão do pai dos primos, e a mãe dos primos era irmã da mãe das primas – quase um problema de matemática! Mas tudo ficou mais fácil quando eles cresceram e entenderam que faziam parte de uma grande família.


Seus sobrenomes eram iguais, e por isso eles se chamavam de primos-irmãos. Sempre passeavam juntos, ou encontravam-se na casa de Luiz, Geraldo e Curó para brincar. As meninas moravam em apartamento, no último andar e por isso era melhor brincar na casa dos primos, pois correr ou pular no chão não incomodava os vizinhos embaixo.


Quase todos os domingos, os pais deles iam visitar o sítio do irmão mais velho chamado Tonho. O sítio parecia um clube de recreação – havia uma casa grande, uma piscina com uma parte funda e outra rasa, árvores, churrasqueira, brinquedos e muita música. A animação era completa para os primos-irmãos!


O nome da brincadeira predileta era “baleado”. Eles montavam dois times e um contra o outro tentava acertar a bola no adversário. O time que conseguia acertar alguém gritava bem alto “baleô!” e a pessoa atingida pela bola, se não a segurasse nas mãos sem deixar cair, tinha que sair e aguardar a próxima jogada. Quando outros primos estavam presentes no sítio o jogo ficava mais eletrizante! Mas não eram primos-irmãos como eles.


Matilde e Luiz eram os mais velhos, e por isso tinham mais força no arremesso. Geraldo era menor, mas muito habilidoso, corria velozmente para pegar todas as bolas. Brigite era do mesmo tamanho que Geraldo, não tão ágil, mas conseguia fugir de ser baleada pela bola. Já Afrodite, mesmo um pouco maior que os mais novos, era a mais sensível de todos. Costumava chorar em todas as jogadas, pois sempre era atingida pela bola desastrosamente.


Um dia, enquanto jogavam baleado no meio das várias árvores do sítio do tio Tonho, o time do Luiz estava ganhando e Afrodite ainda não havia sido atingida por nenhuma bola, algo muito ruim aconteceu. Brigite passou a bola para Luiz, que com seu arremesso forte tentou eliminar do jogo Matilde, tão forte quanto ele.


Curó brincava de fazer bolo e docinhos na terra molhada bem perto da clareira, pois era a menor e não podia participar desta brincadeira por medida de segurança. Aliás, Curó, quase não participava das brincadeiras, mas ficava atenta por perto, brincando de outras coisas como nesse dia no sítio.


Ao lado da casa, na clareira onde acontecia o jogo, havia um tapete rosa formado pelas flores do jambeiro. Ao redor, uma mangueira, alguns coqueiros e um limoeiro que pouco dava limões. Eles sabiam que as árvores do sítio haviam sido plantadas e cultivadas pelo pai dos pais deles, o avô José. Ao fundo podiam ser avistados o chuveiro e a piscina.


Como uma bala, a bola arremessada por Luiz com tanta força, passou por Matilde e, quando ia atingir Afrodite, Geraldo pulou para agarrar. Mas a bola-bala escapuliu das suas mãos ágeis e foram parar no limoeiro. Num segundo saíram do pé de limão muitos bichos formando uma nuvem de formigas voadoras.


Mas não eram formigas voadoras! Eram marimbondos! Todos os primos-irmãos foram atacados por picadas dos insetos voadores, incomodados com a bolada que a casa deles recebeu...


Em toda parte do corpo de cada primo-irmão apareceram caroços enormes, inchados, e eles sentiram muita dor. Choraram até acabar o dia de domingo no sítio.


Afrodite chorou mais que todos.


Curó foi a única que escapou das picadas dos marimbondos.


FIM.

3 comentários:

  1. Afrodite... kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
    Massa!!

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  2. ...baseado em fatos "venérios"...rsrsrsrsrs...a criatividade está melhorando...

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