quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Achados

Um pedaço de papel, uma folha, um caderno sempre me acompanham. Assim encontrei alguns escritos meus...


ISSO
Quando sinto isso quero a morte
Quero a sorte de ser alguém
Com sabedoria bastante pra saber que isso é assim
Porque quando sinto isso
Tenho nós de estresse nos músculos da minha face
Meu corpo se encolhe e dói
Como a "fecha-a-porta-maria" do mato
Vou lá na minha infância onde busco o frescor de estar feliz
Pois quando sinto isso sempre lembro de ter sentido
Agora de maneira muito mais frequente
Espíritos obsessivos? Descrença em deus?
O que será, o que será?
Isso tem remédio? Então o que é isso?
Saber que isso sou eu não me basta
Porque quando sinto isso não me suporto
Me odeio, me maltrato, me incompreendo
Isso pode ter vindo de lá de dentro, onde tudo era tão quente
Lugar de gritos abafados, sem amor
Só  planos
Sou fruto de um plano! É isso!
Plano de quem? Meu é que não...
Disseram-me que para aliviar isso, eu chame por deus
Já chamei. Ele nunca chega.
Minha saúde é da natureza, dos gritos que com certeza ouvi
Minha tristeza
Sou o boicote de plano alheio
Decidi não me tornar objeto desde muito cedo
Agora sinto isso
Estou pagando o meu preço.



BOA MORTE!

Para quê sofrer para escrever
Sofrer e esquecer
Para essa dor passar e eu, finalmente
Obviamente
Morrer

Quero palmas, gargalhadas
Muita pompa, casa lotada
Minha presença em 48 horas
Arrumadinha, confortável
Sem ser incomodada

Quero nesse dia ser o olho que tudo espia
Mas não denuncia
Ser o ouvido que tudo escuta
Mas não julga
Minha boca bem fechada contra a moscaria
Quero agonia
Um som dançante, bastante alegria
Quando chegar o meu dia

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