quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Fazendo o luto... Antes tarde do que nunca!

"(...) o amor, para o amado, é o proprio efeito do que se recebeu dos pais.. Devotamento, atenção constant, esquecimento de si, oblatividade, não foi o que 'verdadeiros' pais nos ensinaram?

(...) Com efeito, só uma mãe e um pai que foram e ainda continuam sendo um para o outro mulher e homem podem transmitir a lei do desejo a seus filhos uma vez crescidos. (...) em outras palavras, pôr no mundo é saber retirar-se, de modo que os descendentes sejam capazes, por sua vez, de se retirarem. Assim, os pais que, graças à sua conjugalidade, permanecem em sua própria geração não fazem recair sobre os filhos tornados adultos o peso de uma dívida de reciprocidade. O filho não tem que dar em troca aos pais tanto amor quanto deles recebeu. não, o amor desce de geração em geração, mas não remonta, casoproceda alei do desejo.

Como dizia Françoise Dolto, 'honrar os pais é quase sempre virar-lhes as costas e ir-se embora mostrando ter se tornado um ser humano capaz de se assumir'.

(...) Trata-se aí de uma negação criadora dirigida ao filho, 'Não és o objeto de nosso gozo', mediante o que ele poderá cirar-se para outro lugar, em direção a sua própria geração de acordo com ela. (...)

Com efeito, na geração seguinte, quando o filho tornado homem ou mulher encontrar a prova do limite do amor e a irredutível alteridade do gozo, então a lei do desejo que ele ou ela tiver recebido permitir-lhe-á avançar na conjugalidade e não fraquejar."


JULIEN, Philippe. Abandonarás teu pai e tua mãe.

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