Nós vivemos no meio dela e não a conhecemos. Ela está sempre falando conosco, mas não revela seu segredo. Nós agimos constantemente sobre ela, e contudo não temos poder sobre ela (...). Ela está sempre construindo e destruindo, mas sua oficina é inacessível.
Sua vida está em seus filhos, mas onde está a mãe? Ela é a única artista (...), sempre escondida sob certa suavidade (...).
Ela se ama, e seus incontáveis olhos e inclinações estão direcionados sobre ela mesma (...).
Ela se regozija na ilusão. Todo aquele que a destrói em si mesmo e os outros é por ela punido com a mais severa tirania. A todo aquele que a segue com fidelidade ela toma como um filho em seu seio (...).
Ela não é inteiramente avarenta com ninguém, mas tem seus favoritos, com quem esbanja muito e por quem faz grandes sacrifícios. Acima da grandeza ela estende seu brasão (...).
Ela é a vaidade das vaidades; mas não para nós, não para quem ela se fez da maior importância (...).
Nós obedecemos a suas leis mesmo quando nos rebelamos contra elas; operamos com ela (...). Ela é ardilosa, mas por bons objetivos;e é melhor não reparar em seus truques."
Ensaio "Da Natureza, de G. C. Tobbler, escritor suiço.
Desde nova eu sou antiga
Desde criança eu sou velha
Desde o surgimento da paixão eu amei
E casei
Cansei
Então ele disse parecermos velhos
Talvez não perceba
Minha alma é velha e cansada
Há muito já desistiu
A minha história me conta
A minha mãe fez de conta
Desde muito cedo eu sou assim
Desde muito cedo eu sei o meu fim
Estou viva e não tenho alternativa
Só a pior das alternativas
Mas desde muito cedo ouvi dizer que é assim
Estou presa desde muito cedo
Deixando a vida passar por mim
Meus gritos, meus choros, meus afetos
Desde nova sou presa de mim
A minha história me conta
A minha mãe fez de conta
E falta definição
Um filme, quem sabe bonito
De uma menina velha
Já desde muito cedo certa
De que deixará de existir
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