sábado, 30 de setembro de 2017

Um passeio sobre uma folha gigante dentro de um rio com antiga paixão. Passeio amigável. O caminho se faz numa natureza pós guerra. Há corpos de animais mortos, já decompostos, cujos corpos de animais vivos passam por cima. A vegetação está seca, destruída, porém algum verde é avistado. A folha caminha suavemente sobre o rio e às vezes ouso em pôr a mão na água escura. Então eu digo: tenho medo de jacaré, de cobras surgirem e abocanharem essa folha frágil em que eu me deito, acompanhada por alguém que me trouxe a alegria de cantar e, durante o passeio, transmite mesma segurança quando juntos no palco. Muito silêncio, mirando as margens do rio, vejo cobras, lagartos caminhando na paisagem deserta. O passeio acaba. Eu pergunto: que dia vamos novamente?
Minha doença é a minha memória.

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