sábado, 15 de junho de 2019

Foi quase um vexame, mas não foi vexame.

Narrativa da sessão de preparação vocal com Nancy Viégas em 23/05/2019 antes da apresentação do Blá Blá Blá Bombambulante, em celebração do Ano 3, na prática como pesquisa.

Extrato de gerânio nas mãos esfregadas e dirigidas até às narinas. Corpo sentado numa cadeira sem braços, relaxamento dos ombros e maxilar com palavras induzindo à consciência do corpo: "sinta sua bunda na cadeira, seus pés no chão, seus braços soltos" etc. Depois, corpo no chão, respiração e exercícios vocais, a voz a chamada ao tom mais agudo de modo que falar agora requer uma nova performance, já não é falar simplesmente, é falar com ênfase em um novo personagem porque é uma voz inventada. Violão entra no exercício pra trazer o novo canto. Eu fico pensando que não vou conseguir e a tendência é sempre dirigir a voz pro grave, ela chama pro agudo o tempo todo, em qualquer sinal de desistência (que se configura com a voz no grave).
Aos poucos começo a cantar, mesmo com a tosse e uma sensação de sufocamento quando o ar entra pela garganta. A todo tempo (e até hoje) visualizo a parte do meu corpo cujo exame na véspera acusou o inchaço e por isso a rouquidão. Uma peça acima da entrada do funil das cordas vocais, intactas pelas imagens no exame.
As mãos com cheiro de gerânio sempre eram trazidas às narinas, uma sensação de aconchego e tranquilidade.
Exercícios vocais enquanto a voz é recolocada pela via da busca do agudo. "tem gente que não faz o trabalho porque não quer fazer esses exercícios" - são movimentos iguais aos de um bebê com a boca e a respiração. Trrrrrrrr.... MnMnMn.... Ssssssssssss... Sinto algum medo enquanto tudo está se passando. De pé, fui do alto ao chão com as duas mãos, coisa que não fazia antes e que passei a exercitar todos os dias na praia.
Comecei arrumar os últimos detalhes do figurino lá no estúdio enquanto trabalhava a voz, mostrando o que eu ia fazer, tudo no mais agudo que eu pude.


Nancy  e eu na sessão.


2 comentários:

  1. "A divina comédia humana, onde nada é eterno"

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    1. "fazendo tudo e de novo dizendo sim à paixão, morando na filosofia". Obrigada por registrar a sua visita. :)

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