quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

A imortalidade está mesmo na obra. Aonde quer que o sujeito vá, é possível estar com a obra de outros sujeitos, aqui, ali, lá do outro lá do oceano, no quinto dos infernos, no ceu. Quando a obra do sujeito desvela o obscurantismo do eu, além de estar com ela em algum lugar, se caminha com ela. Um apanhado dos séculos quando é trazido para a fala, mexe com o corpo. A palavra é estruturante narcísica. Uma vez, diante de uma plateia, disse: o narcisismo é a base de tudo. Assim, leviana, fálica, digo o que me vem à mente com o meu direito à palavra. Todos têm direito à palavra.
Se os sonhos trazem muita água, se o silêncio da boca ativa os sons do pensamento em música, se a batucada arrepia descontroladamente, tem algo aí, há ancestralidade.
Quanto tempo ainda terei pra viver desvelando meu eu? Escuto sobre africanismo e música negra na Bahia. Os pretos reconhecem-se negros. Minha curvatura desidentificada com o termo me mantém preta. Mulher preta nordestina baiana brasileira sul-americana.
Vomito, vomito a favor da sanidade, da circulação pela cidade, contra os pares que evanescem.

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