quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

No chão do banheiro

Estou enxergando o ser humano de miséria. Quando a pessoa é degolada, a cabeça ainda vê e transmite emoções. Viver é também fugir de perder o corpo pra um degolador. Então tudo acaba por aqui?

Eu sinto vir algo pra corda se manter flexível e firme e atravessar a paixão novamente. Muito trabalho, grande trabalho, árduo trabalho, o genuíno trabalho de apaixonar-se pelo trabalho - aquilo que você mais gosta de fazer?

Meu amigo, serei escritora. Creia. Eu acredito porque, veja isso, quanto vômito pelo chão. Meus netos herdarão direitos autorais. É uma lógica. Porém, se eu todo dia acreditar nisso, eu deixo de ser uma futura escritora.

E os ouvidos das paredes? Se tivessem memória, cantariam. A cantora canta o tempo todo. Olhe, quantas cantadas. Quantas enrascadas por causa da música. Porque há um corpo inteiro cantante e os espelhos todos estão estilhaçados.

O som mais longe que escuto muitas vezes é o mar. Será ele que me prende à beira da paciência? Tem percussão e fogos de artifício algumas vezes. Nidro e fico no lugar. Devo falar dos pensamentos? São os melhores. E os piores.

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