segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

El silencio es la mejor solución

Eu estava sóbria e o calor vinha de dentro pra fora desde muito cedo. Escrevi minha inteligência flutuante na caixa de textos. Uma escrita entusiasmada, um movimento contra a dor do outro, contra a minha dor. Dedos encharcados pingando compulsivamente buscando uma, duas, três, mais soluções pra que o sonho viva e simbolize a sua realização fora do moinho promotor da corrente de água pelos dedos. Sare a dor do outro, sare a minha dor.
Isso é desmedido e insano. A dor do outro pode até estar em insterseção com o meu conjunto de dores, alguma dor do outro. Agora vem a reação em voz (do outro) agitada, gritada, de dor, mas também com alguma solução pra esses elementos na interseção.
A voz, aquilo que me marca no superemotivo, me diz pra parar  de rodar o moinho. Um pouco. Um pouco assustada com a voz gritada, porém ausente de violência entre os significantes. Ofereço-lhe o que pediu. Ideias, minha  inteligência, palavras impetuosas. Minha boca mal abre de dor. As dores trocam um contato e o conjunto se desprende, elementos voam, a poeira sobe pelo lugar todo. Eu digo que estou doente. O outro diz que está deprimido. Acha que está. Eu tenho certeza que estou. Porque, onde está aquela coisa pra fazer que pode mover o mundo moinho gigante fora da minha inteligência?
Um encontro é marcado, e acontece. Mais água, agora pela boa, dolorida, mas o aquecimento do corpo em inteligência impede de paralisar. Eu fiz, eu posso, vamos lá, ainda é, já é, estamos juntos e desejamos mover o mundo consciente de nossos elementos doídos, espalhados como a poeira do dia, cuja chuva de agora vem assentar e resfriar o corpo queimando de dentro pra fora, porque o sonho vai continuar a ser sonhado.

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