sexta-feira, 24 de setembro de 2010

REC

 TUDO NOVO DE NOVO
(Paulino Moska)

Vamos começar
Colocando um ponto final
Pelo menos já é um sinal
De que tudo na vida tem fim

Vamos acordar
Hoje tem um sol diferente no céu
Gargalhando no seu carrossel
Gritando nada é tão triste assim

É tudo novo de novo
Vamos nos jogar onde já caímos
Tudo novo de novo
Vamos mergulhar do alto onde subimos

Vamos celebrar
Nossa própria maneira de ser
Essa luz que acabou de nascer
Quando aquela de trás apagou

E vamos terminar
Inventando uma nova canção
Nem que seja uma outra versão
Pra tentar entender que acabou

Mas é tudo novo de novo
Vamos nos jogar onde já caímos
Tudo novo de novo
Vamos mergulhar do alto onde subimos


Paulinho Moska eu conheci desde criança, com o grupo Inimigos do Rei. Meus primos tinham o LP, e a gente ouvia muito as músicas de sucesso como "Uma Barata Chamada Kafka" (encontrei uma barata na cozinha, eu olhei pra ela, ela olhou pra mim, ofereci a ela um pedaço de pudim... perguntei se ela gostava dos Beatles, perguntei se ela era de escorpião...) e "Adelaide" (Adelaide, ô, minha anã paraguaia..). Estou me divertindo com as lembranças.

Minha infância foi muito rica de música por todos os lados, por todos os laços familiares. Conheci Jackson do Pandeiro através de meu avô João (convidei a cumade Sebastiana pra dançar um xaxado na Paraíba..). Ele cantava o tempo inteiro. Os encontros e festas familiares sempre foram cheios de música, produzida ao vivo. Microfones, teclado, percussão, alguém tocando violão, samba de roda de Santo Amaro, teatro, coreografias. Uma tia no teclado, outros tios a cantar, batucar, dançar. Como esquecer da lambada? rsrsrs Meu pai e minha mãe ouviam música em casa, sempre, que variava de Julio Ilgesias à Bob Marley, de uma orquestra à Jovem Guarda. A rádio Educadora sintonizada por eles fez parte da minha educação. Meu primeiro contato marcante com Caetano Veloso foi através de um vinil do disco Totalmente Demais Ao Vivo que minha irmã mais velha, filha de minha mãe, encontrou na casa de minha avó e, sentadas na rede, cantarolou O Quereres, e eu quis ouvir o resto do disco inteiro, a discografia inteira desse cara que se tornou meu ídolo na adolescência.

Transamérica, Globo... Eu ouvia rádio! Não se ouve mais rádio como antigamente!!! Agora tudo está num pen drive! Lembro que colocava a fita cassete no som, deixava o "rec" no ponto e corria pra destravar a tecla "pause" na hora que tocava aquela música que eu tanto queria... Aí partia para aprender a letra, fita pra trás, fica pra frente, caneta pra rebobinar, papel, caneta. Uma, duas, três, quantas vezes necessárias para eu aprender a cantar a letra da música. Não tinha dinheiro para comprar o disco nem a fita. Lembro quando meu pai chegou do trabalho, num dia da minha infância, com alguns LPs. Parece que tínhamos que escolher, cada uma um para si. Gostos distintos! Não lembro as alternativas, mas eu escolhi certeiramente, o de Madonna, Like a Prayer. Como até hoje faço, colocava para tocar as músicas preferidas, mil vezes, toda a paciência com aquela agulha a encostar no disco exatamente na música que eu queria....

Diferente, muito diferente o som de um LP para o som de um CD. Achei que só eu tinha essa opinião até assistir a uma entrevista no Jó Soares com duas pessoas que defendiam isso e que levaram até o palco esta diferenciação.

Guardei meus discos de Caetano. Um dia talvez possa ouví-los novamente.







2 comentários:

  1. Ótimas lembranças...tenho saudades de ouvir rádio como antes, conhecer as músicas pela primeira vez cantadas no rádio. Lembro bem dessa sua mania de colocar as músicas pra gravar na fita; muitos especiais na Globo FM e Educadora gravados e ouvidos continuamente. E meu pai reclamando que vc ia quebrar o som apertando tanto aqueles botões pra voltar a música e tirar a letra! kkkkkkkkkkkkkkkkk
    Somos privilegiadas por ter tido a música fazendo parte de nossas vidas desde sempre...

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  2. E minha mãe dizendo que eu ia furar o disco!!!! Imagine.... rsrsrsrs

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