CENA: Amor.
O MENINA: Você me ama. Só pode ser. Não, não me ame nunca. Isso não tem cura. Se eu cantar, cantar, fizer gente feliz por isso, pronto. Deus vai me salvar. Estou à beira da morte.
O EXISTENCIALISTA: Cante! Cante!
O MENINA: Sonhei caminhando com você nas ruas. Eu arrumando uma mochila pra caber coisas minhas e suas enquanto alguém que dividia a morada pintava a casa. Ontem quase vomito de tanta coisa na minha cabeça e aperto no meu peito. Eu nunca estive tão consciente da maluquez.
O EXISTENCIALISTA: Desculpe por tudo.
O MENINA: Não precisa pedir desculpas, eu aprendi muito e continuo aprendendo. Pra ser feliz nessa vida é preciso cantar.
O EXISTENCIALISTA: Ou é preciso sambar.
O MENINA: Também.
O EXISTENCIALISTA: Eu não sei sambar. Nem cantar.
O MENINA: Sabe sim.
O EXISTENCIALISTA: Sei não.
O MENINA: Todo mundo sabe.
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