sexta-feira, 28 de abril de 2017

o Menina baiana - claquete 30

CENA: Uma criança que não precisa ser ninada pra dormir 

O MENINA:  Viver é igualzinho a caminhar dentro da água. Se maré vazante, anda mais leve, se maré cheia, as pernas pesam mais, se esforçam mais. Quando eu digo que nada não existe... É isso. É rede porque é maré! Aí inventaram o amor. Que bobagem... O outro nunca está lá onde a gente alcança. É só a gente que vai. Vai só. Só miragem é o que há. Por isso é bom olhar para si. Ser em si. A consciência de si. O outro é o outro. Ele aparece nas relações, nos encontros. Coisa difícil é encontrar o outro. Por isso outros. Mas só um. Além de mim, só um. Acho que estou vendo uma folha verde ainda enrolada em si e de tão recém nascida.  É macia como a pele de um bebê e frágil também. Essa folha brota de mim e faz seus esforços pra desenrolar-se. É uma folha só. Ainda. Vou deixar a justificativa do tamanho que está. Quem quiser ler vai ler ou então vai do release aos outros dados. É lá onde estou dizendo quem eu sou, a obra é isso. Sou eu. Eu vou indo comigo. Quem quiser que leia. Esse meu fazer é o meu desejo de desejo.




Nenhum comentário:

Postar um comentário

Segundos Saberes (para o seu comentário)