segunda-feira, 10 de abril de 2017

Zé do caroço

Uma roda de samba com Tiago e outros que eu não conhecia. Não tínhamos ensaiado nada, as músicas era tocadas pela metade, cantadas pela metade. Parecia um lugar de esquina, como um casarão e suas portas todas abertas pra quem quisesse entrar. Talvez um bar. Eu com um microfone na mão, não sabia acompanhar uma música sequer. Havia familiares presentes, meu pai eu acho que estava lá, meu tio Tonho, tio Silvio. Eu perguntava a tiago, onde estava o monitor pra o meu retorno, ele apontava uma caixa dizendo: acho que eh esse aí. Mas a sensação era a de que ninguém levava a sério a música q estava fazendo, talvez todos estivessem bêbados, eu me via entre as raras mulheres ali, talvez a única. De repente chegava Gerônimo Santana e eu fazia todo mundo interromper a desordem que estava acontecendo e pedia pra colocar o tom de É D'Oxum e chamava Gerônimo pra perto. Ele vinha, mas eu não conseguia entrar no tom. Tiago cantava o tom pra mim mas eu não conseguia escutar em meio ao barulho do lugar. Gerônimo cantava assim mesmo, mesmo sem a gente encontrar o tom em comum, e fazia um jogo de sedução, passava disso, me pegava pela cintura e eu me colocava de costas pra ele e ele me abraçava dançando, de modo que o meu corpo ficava bem junto ao meu. Ele ia embora depois que eu o colocava sentado na quina de uma mesa, empurrava cada uma de suas pernas uma pra cada lado e simulava um tapa no meio das suas pernas, saindo em gargalhadas, todos em gargalhadas. Depois já era um lugar como um mercado, as cadeiras dispostas entre as torres de prateleiras, e quem chegava era Xandy de Pilares, pessoa íntima dá turma que estava reunida. Eu sentia a minha perna, a coxa direita, começar a coçar. E aquilo me tirava a concentração na música. Quando eu olhava estava um caroço grande, como o bico de um peito. Eu pedia a Xandy pra cantar ZÉ Do caroço. Era uma zoada grande. Chegou alguém dizendo que sabia o q era aquilo na minha perna, sim, era um peito na minha perna e que saía com um cirurgia simples.
Como se eu tivesse adquirido no contágio com essa pessoa que me explicava o que era aquilo.

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