sábado, 1 de julho de 2017

o Menina baiana - claquete 143

CENA: Onde dormem os navios?


O MENINA BAIANA: "Sociólogo francês Michel Maffesoli prevê a era dos afetos".

AQUELE QUE É RECONHECIDO: Alô alô marciano.

O MENINA BAIANA: Alô! Um sonho que já vai acabar. Muito lindo. Essa vida é muito louca. Alguém que narcisa a gente é muito bom. Me senti amada dos pés à cabeça, por dentro e por fora até o último fio de cabelo. Um sonho... Chego a me emocionar. Mas não sei se quero alimentar isso.

AQUELE QUE É RECONHECIDO: Viajar faz bem.

O MENINA BAIANA: É mesmo.

AQUELE QUE É RECONHECIDO: Se arrume! Vá aproveitar as duas horas que lhes restam, "qualquer amor já é um pouquinho de saúde, um descanso da loucura"

O MENINA BAIANA: Estou indo ficar bem bonita!

AQUELE QUE É RECONHECIDO: Bonita você já é!

O MENINA BAIANA: Você que é bonito e me vê bonita. Sinto paz e é muito bom.

AQUELE QUE É RECONHECIDO: Penso que a gente tem que viver para tornar menos difícil a vida de outros que sentem parecido.

O MENINA BAIANA: Sim, concordo.

AQUELE QUE É RECONHECIDO: É uma delícia sentir isso que você está sentindo.

O MENINA BAIANA: Nunca senti isso na vida.

AQUELE QUE É RECONHECIDO: Será que o amor nos salva da angústia?

O MENINA BAIANA: Acho que salva. O encontro das almas salva.

AQUELE QUE É RECONHECIDO: Seu coração está tão vivo quanto você! Nós sabemos que os motivos ultrapassam nossa compreensão. Foi como tinha de ser!

O MENINA BAIANA: Eu sou muito chorona.

AQUELE QUE É RECONHECIDO: Você não se impede de sentir, só isso.

O MENINA BAIANA: Eu não consigo, isso eu nunca conseguirei.

AQUELE QUE É RECONHECIDO: Vendo tua satisfação com o encontro do amor, vejo claramente a mim. E hoje, parte dessa angústia que sinto, vem da morte do amor.

O MENINA BAIANA: Vira outro. Virá. Estamos vivos. Suas palavras foram precisas. Nunca senti o amor de maneira tão sóbria, sem a alucinação da paixão. Ele disse que "está escrito" que meu trabalho com a música me levará até a Europa.

AQUELE QUE É RECONHECIDO: Que assim seja!

O MENINA BAIANA: Estou lembrando dos choros de um homem... Homem chorar é difícil. Eu nunca vou esquecer isso. Acho que viver é mesmo saber envelhecer e ter consciência da efemeridade das coisas. Principalmente das coisas boas.

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