segunda-feira, 17 de julho de 2017

o Menina baiana - claquete 157

CENA: Pássaro de prata

O MENINA BAIANA: Quero simbiose e só me resta ela e algum animal que eu traga pra minha casa. Traga. Pra gente se tragar. É assim. O além disso é fantasia. Pura fantasia. Não vê? Tem alguém deitado aqui? Tem mais alguém observando o sinal preto na borda da minha axila e dizendo o quanto ele é atraente? Já foi. Muita paciência com o barulho dessas ondas de maré cheia no inverno. Está tudo fechado. Eu entendi minhas desconfianças e me entendo em algum choro. São as cicatrizes, perímetro muito sensível de pele alma. Agressor com submissa e cria invejosa com suquinho de morango. É morte certa. Corpo cicatriz e mais suquinho de morango, um dia me pediram, eu não quis dar. Parti pra outra, suco de morango jorrando da boca, eu não quis denunciar. Parti pra outra, suquinho de morango pelos dedos eu não consegui segurar e manchou meus lençóis e impregnou as minhas narinas de gosto de ferro. Mexe na cicatriz. Não há cura. Há canto. Eu me protejo assim.

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