sábado, 22 de julho de 2017

o Menina baiana - claquete 163

CENA: Construindo pudor


O MENINA BAIANA: Vamos lá! Atensionalmente pra esse choro passar. Ora se não é o movimento que me faz chorar. Quanto mar, Santa Fé! Nossa Senhora do Desejo, minha Santa Muerte! A quem recorrer? Acho que sou eu uma mentira. Começou. Descendo a escala nesse solfejo em fado. "O teu fado é o mundo inteiro" e eu cá, a chorar. Llorona. "Não quero que tu sofras, pequenina". Chorona. Olhos de brilho penetrante em mim. Minha alma perambulando por aí é perigo constante. Mas the heart asks pleasure first. Se eu não tomasse as dores de Caetano teria escutado transa. Teria soltado o meu inglês em Londres sem nem saber quando usar Will e Would. Eles são tão sabidos. Preciso de cem mil reais. Um site, produção de disco com doze faixas no casa das máquinas, tiragem de mil exemplares, um show de lançamento em local com capacidade para duzentas pessoas em Salvador e mídia. Em média. Eles sabem que eu me entrego muito. Vi gente chorando. Ouvi gente contando de suas premonições - vai acontecer. Há poluição sonora no rio vermelho.

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