terça-feira, 25 de julho de 2017

o Menina baiana - claquete 169

CENA: Com terra


TERRA: Deusa cantora, forte delicada flor raio trovão.

O MENINA BAIANA: Pensei em você. Ia chamar, acredita?

TERRA: No agora, na sua cabeça corpo imaginário, o que vê fazendo com em cantar? esses lugares do "profissional artista"? Super outra coisa que não tem nome?

O MENINA BAIANA: Eu acho que não sou artista. Ou os outros é que não o são... Não sei mais de nada. Senti quando vi: não tenho pra onde fugir, está tudo em mim. É a liberdade em exercício, eu presumo. Talvez o não ser artista faça parte do processo de ser artista. Será?

TERRA: Ah! Acho que tem algo por aí sim. A busca do que é importante mesmo, da desacomodação...

O MENINA BAIANA: Eu continuo amando todos! [Gargalhadas]. Eu gosto de viver o amor, seja lá quem for. Pode ser meu bicho de estimação ou um mulherão, é tudo amor. Sexo é de outra ordem, deixo que pensem que sabem do meu corpo. Mas só eu sei. Eu insisto nos machos ainda. Mesmo sendo mais homem que eles, embora eu não saiba muito essa diferença. Mas se há a diferença de pinto e buceta, então tô considerando essa. Já pensei que eu fosse lésbica, depois percebi que essa questão de ser ou não ser é dispensável. Vou vivendo os encontros. O que desejo mesmo é alguém que tenha olhos de enxergar, ouvidos de escutar, corpo pra roçar e gozar, e muito desejo de compartilhar a solidão. Bom que é um caminho de encontro e como em todo encontro, haverá sempre uma vazão.


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