quarta-feira, 19 de julho de 2017

o Menina baiana - claquete 159

CENA: Há os que andam no mar.


O MENINA BAIANA: Emocionada escutando Madredeus, "Haja o que houver" [pausa e olha] O que você me traz por existir é muito importante pra mim. O que é de concreto que você não pode me dar? O seu corpo quando ele me desejar? Eu queria tanto o seu corpo nesse meu desejo de tê-lo em mim... Cheirar a sua boca, escutar o seu gemido de prazer, sentir a sua respiração ofegante e depois relaxada..  olhar nos seus olhos, me aninhar em seus braços... Isso é viver de memórias concretas? Isso é o meu imaginário dilatando minhas memórias? Quantas boas memórias. Amor. Eu não sei por quanto tempo lembrarei de tudo sem que uma lágrima corra dos meus olhos. Vai ao Mar! Eu estou em cada gota desse oceano que lhe levará, esse mesmo oceano que um dia lhe trouxe. Vai ao Mar,  Amor. Meu remédio é cantar.

[Pausa. Silêncio.]

ESTAROLA: Estás aí?

O MENINA BAIANA: Estou.

ESTAROLA: Estou a ouvir-te cantar. Meu rouxinol. Emocionas-me.

O MENINA BAIANA: Eu não preciso entender mais nada do que é a vida.

ESTAROLA: Meu AMOR.

O MENINA BAIANA: É o amor que está em mim.

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