quinta-feira, 20 de julho de 2017

o Menina baiana - claquete 161

CENA: Antes

O MENINA BAIANA: É o axé. Sem ele livremente pelo corpo todo não vai rolar. Ele me disse pra cantar sorrindo. Eu sinto tanta saudade dele. Eu aprendi tantas coisas. Agora é hora de assumir a direção e viver os novos encontros. Veio gente com muito axé na história. Gente de abrigos carnavais, gente de Brown. Tenho medo de descobrir que a cantora criada não tem o axé. Se for verdade esse presente, se ele puder ser vivido com saúde, o medo sumirá. Eu o amo tanto. Os sentimentos logo irão. Eles sabem o motivo, ele disse que virá alguém. A danada da cigana quase acertou. Sou tonta mesmo, às vezes, muito mais tonta só. Sem futuro, porque homens impossíveis. Pra que os deixo vir? Sem ter nem pra quê, é sempre assim. E vão. Todo amor é marinheiro. Todo amor é fruta mordida. Todo amor que houver nessa vida é absurdo da vida. Um absurdo com noção de absurdo, senão não é amor. Você já foi à baía? [gargalhadas] É tão bom quando entrar na roda é pra cantar. É tão bom receber o presente. Até sete horas toca o sino da igreja, tão alto, não sei pra quê. Lugar santo não precisa saber das horas. É tanto sim e não que tô tendo tanto sim que tô tendo medo do não. É tanto não por mim que tá tendo tanto sim que tô tendo medo do não.

ESTAROLA: Medo?

O MENINA BAIANA: Começo inventar mais coisas. Ore por esse meu jeito. Vou cantar daqui a pouco, o timbre vai chegar aqui em casa. Pediu pra ser algo meu e dele. Segredo. Ele ainda não conhece a bomba ambulante. Vou apresentar. Ela tomou um chá e está ótima hoje.

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