quarta-feira, 26 de julho de 2017

o Menina baiana - claquete 171

CENA: Dança na cidade


O MENINA BAIANA: Por que não eu. Sem dúvidas. Rastros de divã, a negativa e muita consciência. É o tal do fortalecimento do eu, sem dúvidas. Se for uma dúvida a cada ano, estou com direito a mais dúvidas por ano. Ela me disse pra evitar cores escuras às segundas-feiras. O preto tem me atraído bastante. A casa da mãe também. O amor bate à porta da casa quando é amor. Às vezes penso que basta a matemática. Agora tenho certeza que sim. A matemática dos corpos pela cidade. A pulsão é apenas o um do binário rítmico. Ela vai. Quando há tentativa de retê-la, é suicídio. O outro um é o mundo todo. Toca em algum ponto. Ninguém pra reclamar do meu cigarro! Ninguém pra me dizer: só entre eu e você. Ninguém. Alguém está vindo me dizer que vai custar quase nada, basta desejar e chamar gente. Gente do rio vermelho. Ah! Meu rio Vermelho! Nossa senhora do desejo, minha santa Muerte! É você, minha santa fé, quando me tem em seus braços e me traz menino baiano do rio Vermelho. Hoje é ele. Amanhã eu não sei. Sei que ele existe e me pergunta por que o menina baiana. Eu digo tudo, tudo está na rede, girando em moinhos sobre a água. Mundo imagens, sons e desejo. Se é groove que falta, já senti. Senti pureza de pele soteropolitana. A nossa pele de ébano. Lavada, com asas concluindo a secagem em sua última gota pronta pra voar. É chamado, diferente de favor. É por ela. É amor.

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