sábado, 12 de agosto de 2017

o Menina baiana - claquete 196

O MENINA BAIANA: Nada de dividir, vou compartilhar agora. Aqui. Se quiserem saber que venham aqui. Aqui será o meu silêncio e meu grito. Meu choro, meu soluço. Meu resmungo. Meu aqui. Input e já tenho oito músicas mal tocadas no violão. Se debocha quando eu digo que não sei cantar em videoke é onde reside a largura que afasta o ser intérprete.

MENINA BAIANA GIRANDO: Você canta?

O MENINA BAIANA: Uma cantora me orientou a dizer que sim. A sacerdotisa disse que eu estou cantando. Embora eu tenha criado uma cantora... é, se  e eu criei uma cantora, eu canto sim. Aqui está finalmente o meu dizer se moldando. Com ele, a minha tropicália. Torquato sentiu o peso e teve o encontro com a certeza, ficou cara a cara com ele e passou ao ato, o mais poderoso ato. Isso é que é ter poder, é o que é ter direito, e saber que nada deve fazer a não ser passar ao ato.

MENINA BAIANA GIRANDO: É por isso que eu gosto tanto das câmeras. Prefiro ficar atrás delas.

O MENINA BAIANA: Eu prefiro nem saber delas. Pedem, gostam, mas isso que faço é outra coisa, muito diferente do que estar na frente das lentes. Eu sou uma intérprete. Eu gosto de teatro. Vou fazer o quê se a música me acorda e me nina? O teatro sempre estará vivo, mesmo que eu passe um tempo na casa da mãe nesses dias que eu nem sei que cor o santo pede. Sei que sou dos santos. Eu gosto tanto de Pedro Luís cantando o mundo. Ele parece menino baiano mas não é. Parece que tem contas no pescoço ele. Se for, é. Tem uma de Giron que eu gosto muito também. Talvez seja o tempo da repaginação. É um novo samba reggae, são novos meninos baianos que estou encontrando. A licença está as cumprindo e eu tenho medo de voltar às catracas. Eu tenho muito medo. Eu sou um pássaro. Meu curió morreu e só saiu da gaiola morto.

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