quarta-feira, 23 de agosto de 2017

o Menina baiana - claquete 212

CENA: Porçōes de arroz depois

O MENINA BAIANA: Uma baleia passou pela praia do Porto da Barra. Então eu não sou louca quando fico parada de frente pro mar da praia do Rio Vermelho procurando baleias. Louco é quem não espera baleias do mar a sua frente. O ciúmes é uma doença. Eu tenho o vírus incubado. Às vezes a doença se manifesta e faz mal às pessoas. É doença da humanidade. A rede de proteção é afetuosa. A trinca no amor dessa vez quase quebrou tudo. Se há rede, a trinca ficará invisível.

UMA PESSOA DO INFINITIVO:  Estás aí?

O MENINA BAIANA: Estou! Que queres tu de mim? Mon amour. Tell me, my dear.

[Pausa]

Me chama quando não pode vir...? Meu coração aperta. Talvez eu esteja sendo boba. Sonhei com você, deitado aqui na cama conversando comigo, antes disso trabalhando intensamente numa pesquisa. Uma criatura meio laranja mecânica com um olho aberto sustentado por uma máquina e a discussão sobre palavras conscientes. Ora! Qual a palavra que não é consciente! Então que eu fique onde estou e coloque palavras em outro lugar. Temo corroer os fios da rede. Assim como a música é particular, os afetos o são. Você nunca mais virá. Não como eu imagino.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Segundos Saberes (para o seu comentário)