quinta-feira, 22 de junho de 2017

Ao lançar o cordão invisível
Ele me trouxe você
Afoito
aflito
Suado
Minhas mãos se encharcaram
De você
Na outra ponta do cordão invisível
Meu corpo faz ideia do seu
E está alocado bem abaixo
Bacia com bacia
Falanges explorando espinha
Pelos
E suor
E voz
E desejo
Você não me vê
Tem perfume que não faz ideia
Tem a pressa conformada
Páginas em branco viradas, desmanteladas
Quando é hora de recolher o cordão
Amarrá-lo aos meus pés no chão
Abrir os olhos e ver
Com meus próprios olhos
Você não me vê


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