quarta-feira, 14 de junho de 2017

O MENINA BAIANA: Eu tenho que me dispor a ir, ver o que existe pela estrada. Colher imagens pra habitarem o instante e bloquear meu imaginário. Eu vou. Com minhas pílulas. Com elas tenho férias durante o sono. Ele chega em paz e eu nem escuto o som da coruja, sequer dos outros pássaros na alvorada. São gritos muitas vezes. Eu vou pra lavar o adesivo dos meus pêlos, do meu corpo todo. Tem adesivos por dentro também.  Estou muito cansado. O homem que dizia viver de luz me disse que eu nao falei nada sobre a humanidade, sobre servir à ela, que eu só estava falando do meu querer. Os sabidos da vida alheia . Quem já viu viver só de luz? Soube que ele come pipoca e acarajé. Eu penso nos humanos, penso e já agi muito junto a eles, mas quiseram me jogar numa fogueira muitas vezes e eu fui obrigada a pensar em mim pra sobreviver. É ruim pensar só em si, mas é necessário aprender, afinar esse instrumento. Tem as pílulas, tem a erva, tem a música, tem a escrita, tem os desenhos... Tem o aquecimento da voz. O p de puta, de power, tem o queixo pra baixo.

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